Há uma pergunta que poucos visitantes de um jardim zoológico –
porque vão para se divertirem e verem a natureza em estado “natural” - fazem:
“onde está a besta?”
É quem recebe o amendoim e faz pantomimas de agradecimento, ou
quem o atira a troco de espectáculo barato, puro gozo, uma fotografia bem
“sacada”?
Questão difícil. O comedor de amendoins gosta de os comer, o
lançador de alcagoitas (nome oficial: Arachis
hypogaea), atinge o seu orgasmo evolutivo e civilizacional no arremesso do
mesmo, assistindo à luta pela posse desse alimento, na esplanada onde deglute
muita cerveja acompanhada por quê? Amendoins, claro está.
Não se sabe qual é a perspectiva do respigador de amendoins, nem
o seu pensar acerca dos estranhos indivíduos coloridos e barulhentos que atiram
para a sua arena o precioso alimento. Impossível é também saber o pensamento
dos lançadores de alcagoitas, que falam um linguajar proto-histórico e têm uma
linguagem gestual assustadora, desconhecendo-se se é epilepsia ou somente
demência primeva.
Nestas condições, fica a dúvida. A besta se calhar não é a
besta. A verdadeira besta, jamais o vai saber.
Há uma outra pergunta que alguns, muito poucos, espectadores a um jogo de futebol fazem
quando entram num estádio e que pode ter alguma razão de similitude com o caso
do jardim zoológico: “quem é o amendoim?”
Para
ilustrar melhor o texto, o autor aconselha que o leitor veja as imagens do
comportamento dos adeptos do PSV (Holanda) numa esplanada de Madrid, algures,
um dias destes.
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