Em Portugal, em que tudo se vende e tudo é vendido, qualquer
dia, todos os monumentos nacionais que atestam a nossa identidade colectiva,
como nação livre e independente, estarão na posse de quem tiver mais dinheiro
para os obter, fazendo deles o que bem lhes aprouver, colocando nos seus frontispícios
títulos bizarros e outros reclames promovendo este ou aquele produto, ou ainda
inscrições atentatórias à nossa dignidade de ser português. Estamos a
lembrarmo-nos do vocábulo “Allgarve”.
Assim, há dias, no JN, soubemos que o vetusto Mosteiro de
Leça do Bailio, situado nas terras sagradas de Gonçalo Mendes da Maia – o Lidador
-, vai ser ou foi já vendido para nele se mercadejar, bem como o terreno
verdejante adjacente ao mosteiro vir a ser transformado em campos de golfe.
Hoje, em primeira página e no mesmo jornal diário, a Torre
da Alfândega de Guimarães, fachada ancestral e emblemática que simboliza a
fundação da nacionalidade na Cidade-Berço, que ostenta a inscrição – AQUI NASCEU
PORTUGAL -, vai passar de dono por 190 mil euros.
Aos poucos, os vendilhões do templo, não terão nada para
passar a patacos, e Portugal passará a ser um local descaracterizado,
vilipendiado, ridicularizado, à mercê de chacota a nível mundial.
José Amaral
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