segunda-feira, 14 de março de 2016

Afinal, quem sou eu?


No dia 13/3/2016, deu-se o terceiro encontro de leitores de jornais, que também têm a cidadania de escreverem para os mesmos, confessando o que lhes vai na alma, como seja a indignação e outras repulsas do quotidiano, com ausência de alegrias, ensombrando o bem comum.
E é nesse dia que me dou conta da existência de mundos paralelos ao meu, com iguais problemas, mas vistos de outros pontos de vista. E verifico que me sinto muito bem no meio de todos os leitores que também escrevem. Mas, também constato que estou muito aquém do saber de muitos deles. Isto é, penso que já perdi a vergonha ou o bom senso em me expor, escrevendo certamente o que não devia. Mas, como já confessei, embora tendo em conta não possuir habilitações suficientes, preciso de escrever como de respirar, aliado ao facto de ser repentista naquilo que vou escrevinhando.
E se, no dia seguinte, voltar a ler o que não dei a conhecer anteriormente, pode amolecer em mim tal repentismo de o fazer, deixando de enviar, sem delongas, ou nunca, a ‘carta a Garcia’.
Afinal de contas, sinto-me um marginal formatado, mas nem sempre convencido do caminho percorrido, a percorrer, ou mesmo fora do contexto.
Um abraço amigo, de amigo para amigo.


José Amaral

7 comentários:

  1. " E verifico que me sinto muito bem no meio de todos os leitores que também escrevem". Eu também!!

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  2. Caro José Amaral,
    Tocou-me este seu texto. Detecto-lhe alguma melancolia, a meu ver, injustificada. Quem não duvida quase sempre do que escreve? “Recuso-lhe”, caro amigo, algumas palavras: aquém, vergonha, bom senso, não devia, habilitações. Gosto mais de outras: respirar, repentista. Há uma coisa em que, sem qualquer dúvida, tem toda a razão: se o que se escreve à noite só é enviado no dia seguinte, sofre, fatalmente, alterações. Valha a verdade que uma noite de repouso, por norma, melhora os textos. O génio da inspiração precisa do suor da luta. Não despreze a sua inspiração repentista, dela todos temos usufruído. E queremos continuar assim. Como o Brel: ne me quitte pas. Abraço.

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  3. Também percebi a diversidade de formações; mas percebi melhor que o pensamento comum a todos nós é de denunciar, de desafiar, de continuar a ter voz...enquanto nos deixarem! Isto num pais de autistas é muito bom!
    Fique bem

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  4. Por tudo o que me têm dito, acerca do que sai desta minha 'ensandecida' mente, sinto-me até comovido.
    Obrigado, a todos Vós, comigo na mesma barcaça da VIDA.

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  5. Caro José Amaral,

    Fora de "contexto", é o contexto da maior parte dos temas e assuntos que denunciamos. E por isso os denunciamos, pela sua irrealidade, porque muitas vezes nem queremos acreditar como é possivel as pessoas serem embaladas e adormecidas de forma tão óbvia, mas quase sempre aviltante para a nossa dignidade.
    O que realmente interessa, no fim do dia é termos dito, como o sabemos dizer. E,também,como o José diz "sentirmo-nos bem no meio de todos os leitores que também escrevem". É essa a nossa identificação, a nossa "tribo", como agora se diz. Quanto à sabedoria e pergaminhos,cada um que se presuma da que tem ou não, que se for suficientemente humilde não a andará a soprar aos quatro ventos.
    Um abraço para todos, com alguma pena de que não tenhamos ainda maior sucesso a juntar os mais
    parceiros destas aventuras do escrever, apesar do número de participantes nos encontros estar a aumentar.

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