Continuam muitas pessoas “importantes” deste nosso país, e
não só, a ter “sempre” de falar, mesmo que nada tenham para nos dizer, quando
lhes colocam um microfone à frente da boca e uma câmara de televisão a
filmá-los.
São as pessoas que vão na rua e têm sempre opinião sobre
tudo e nada, e são as pessoas “mais importantes”, desde chefes de partidos
políticos, ex-políticos, futuros políticos, até ministros, directores e por aí
abaixo. Todos e cada um!
Talvez fosse chegado o tempo de só se “ter de” falar, quando
algo de concreto e lúcido houver a transmitir; ou, por favor emudeçam, sem
dizer banalidades que são alvo de chacota desnecessária, e essencialmente de
descrédito de quem as profere.
Último caso, mas muitos mais houve e muitos mais haverá, foi
o do senhor ministro da Economia a apelar ao “civismo” dos portugueses, para
não irem abastecer os depósitos de combustível das suas — deles — viaturas a
Espanha, mais económico do que cá, dado que cá foi necessário aumentar impostos
indirectos para reduzir alguns directos — e isto foi escamoteado, sendo a
verdade pura e dura. (...)
Sobre que o senhor ministro em questão nos tem de falar, e
para dizer alguma coisa, é da economia real do nosso país e em que sector irá
crescer, dado estar totalmente estagnada há um bom par de anos; e em que áreas
será possível criar efectivamente emprego/trabalho.
Esta é a tarefa do ministro, e não apelos despropositados ao
civismo.
Civismo necessitamos todos, e muito, de ter em
comportamentos entre nós, no dia-a-dia, que nada têm que ver com economia, logo
nada a ser abordado por este senhor ministro.
O que se lhes pede é contenção, cuidado no que dizem, sendo
educados e evitando falar a despropósito, quando lhes apontam um microfone e
uma câmara de filmar.
Falem unicamente quando tiverem alguma coisa a comunicar com
sentido e conteúdo, dado que, não o fazendo, quando tiverem motivos para o
fazer, não serão ouvidos, e será pena.
Falar menos, poupar mais, mostrarem-se só quando necessário,
e fazer obra, é a vossa função. Só! Espectáculo e irrevogáveis já nos cansaram
antes!
PÚBLICO EDIÇÃO PORTO TER 15 MAR 2016
Augusto
Küttner de Magalhães, Porto
O cerne da questão é que a maioria dos comentadores encartados, só são contratados porque não têm nada para dizer. Se tivessem algo para dizer não seriam contratados, porque o que interessa é fomentar o compadrio, porque é uma seara que dá alimento a muita gente. É o país que temos e que, muitos de nós, ingénuos, acreditam que mude.Nós costumamos falar da separação do trigo do joio, porque o trigo é sempre em maior quantidade. Só que me parece que, neste momento, o joio está em maioria e o trigo tem dificuldade em marcar posição.
ResponderEliminarSem dúvida:
EliminarSó que me parece que, neste momento, o joio está em maioria e o trigo tem dificuldade em marcar posição.