A eventual candidatura de António
Guterres, a apresentar pelo governo PS, para secretário-geral da ONU, só se
concretizará com sucesso se merecer o apoio dos Estados Unidos da América
(EUA).
Nas últimas duas décadas e meia,
após o desmantelamento da União Soviética e por arrastamento do sistema
socialista, o capitalismo liderado pelos EUA transformou a ONU num instrumento
ao sabor das suas estratégias e interesses.
A ONU tem assistido quase
impávida e serena, a violações sistemáticas do direito internacional, como as
que desencadearam guerras de destruição no Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria, o
desmembramento da ex-Jugoslávia e a eternização da ocupação israelita na
Palestina.
O actual secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, da Coreia do Sul, está a cumprir o segundo mandato de cinco anos
(2007-2016), após suceder a Kofi Annam, do Gana, que também fez dois mandatos
(1997-2006). Todos os secretários-gerais da ONU, desde a sua constituição em
Outubro de 1945, geralmente fizeram dois mandatos, sendo excepção o egípcio
Butros Butros-Ghali, cuja reeleição foi bloqueada em 1996 pelos EUA, por já não
se ajustar ao seu conseguido domínio da ONU.
Impressiona a ineficácia e o
silêncio da ONU transmitidos pelo seu secretário-geral Ban KI-moon, perante
conflitos e guerras em curso e suas dramáticas consequências, com declarações sempre
na linha da opinião dos EUA.
Durante dez anos (2005-2015),
António Guterres foi o Alto Comissário para os Refugiados da ONU, tendo-se
verificado um crescimento exponencial do número de pessoas que procuram refúgio,
fugindo da morte, da guerra, da fome e da miséria resultante de conflitos e
destruição de seus países.
As preocupações do cargo foram quase sempre
centradas para a necessária ajuda humanitária e pouco para analisar as causas que
dão origem ao grave e devastador problema e exigir medidas que lhe ponham
termo.
A situação internacional exige um
secretário-geral da ONU com convicções autênticas e sinceras para uma luta pela
paz e por um mundo que respeite os direitos e soberanias dos povos,
contrariando interesses instalados, nomeadamente dos EUA.
Prevenindo um insucesso da
candidatura a secretário-geral da ONU, já estará previsto para António Guterres
a presidência da Fundação Gulbenkian em 2017.
Independentemente das suas capacidades, há um grupo de pessoas que saltam de uns cargos bem remunerados para outros, que parecem estar à sua espera. Será que o país tem tão pouca gente capaz, que têm de ser sempre os mesmos?
ResponderEliminarCorreta análise.
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