Nascido no pós-guerra
(II Guerra, claro), vivi os anos da "Guerra Fria", e também o
terrorismo da ETA e do IRA. Nenhum dos acontecimentos, designadamente o
terrorismo político, chegou ao ponto a que agora chegámos com o terrorismo
islâmico. Antes os alvos eram militares ou paramilitares e as vítimas civis,
apenas laterais. Hoje, ao contrário, os terroristas que matam em nome de Alá,
procuram cobardemente apenas as vítimas civis, e nestas sem proteger velhos ou
crianças. É a matança a esmo, quantas mais vítimas melhor para o seu Alá,
segundo parece. Ou nos pomos de joelhos perante o seu Alá, ou como infiéis
merecemos todos a morte imediata. Ora esta situação não pode permanecer muito
tempo, sem consequências gravíssimas para as economias mundiais, e logo para o
empobrecimento dos povos, sobretudo os mais carenciados. Os regimes de cariz
totalitário, passarão a ser os mais procurados por turistas e
viajantes e depois pelos investidores. É uma luta terrível entre quem luta com
armas desiguais. Do nosso lado, uma sociedade organizada segundo o primado da
Lei, e das liberdades, direitos e garantias dos cidadãos. Do outro, milhares de
fanáticos muito organizados, dotados de incontáveis meios financeiros e militares,
que recorrem inclusive ao suicídio, para explodirem e assassinarem múltiplas
vítimas. Em guerra, não se podem limpar armas, e nós estamos a caminho do
caos com os recentes acontecimentos pelo mundo fora, designadamente em Paris e
Bruxelas, o coração da Europa civilizada. Organizem-se de imediato serviços adequados
de informações, com agentes infiltrados e legisle-se para esta situação
extraordinária, que requer medidas também extraordinárias. Por mim, para
prevenir e combater este terrorismo sanguinário e fanático, prescindo desde já
dos meus direitos e garantias legais. Prefiro isso a ter de viver numa
cave qualquer encurralado, à espera que me abatam ou façam explodir.
OBS. Este artigo foi publicado no jornal Público, na sua edição de 27/3/16.
Alguém, daqueles que têm coisas realmente importantes para dizer, disse um dia que quem se dispõe a prescindir da liberdade em troca de segurança, não merece uma nem outra!
ResponderEliminarSabe, sr. Górgias, se eu respeito as suas opções pessoais, agradeço que respeite as minhas, sem me insultar ou apoucar, com a sua alegada superioridade intelectual. E agradeço-lhe ainda outra coisa, que ignore os meus escritos, que eu farei a mesma coisa com os seus. Passe bem, e tenha uma Páscoa feliz.
ResponderEliminar