Talvez fruto de anos não muito longínquos em que fomos obrigados a ser
“excessivamente disciplinados”, quer pelo poder político, que por uma forte
influência da Igreja Católica de Roma, caímos agora, no oposto. Funciona tudo
de qualquer forma e feitio, sem regras!
E, com algum xico-espertismo muito nosso, juntando-lhe uma certa dose de
desenrascanço, estamos de facto sem rumo. Todos nos queixamos e todos gritamos,
e todos nos desnorteamos.
Como é evidente não temos necessidade de ser “superiormente mandados,
ditatorialmente”, mas este preparo em que nos encontramos, está-nos a levar ao
descalabro.
O ser humano precisa de algumas normas, de rotinas, de regras, uma vez que
vive em conjunto, em sociedade e não pode ser cada um como bem lhe apetece,
dado que a “balda generalizada” a ninguém aproveita. E estamos nesse preparo.
Assim, a começar em casa na família, são necessárias regras, planos a serem cumpridos e sem problemas em tal ser instituídos por quem o deva ter que fazer: mães e pais. Sem medos de alienar o amor dos filhos, bem pelo contrário, é tê-los educados consigo e preparados para crescer.
Assim, a começar em casa na família, são necessárias regras, planos a serem cumpridos e sem problemas em tal ser instituídos por quem o deva ter que fazer: mães e pais. Sem medos de alienar o amor dos filhos, bem pelo contrário, é tê-los educados consigo e preparados para crescer.
Depois, logo de seguida, na escola, sem ser necessariamente de palmatória
em punho, mas com a devida autoridade, manda o professor.
Na empresa há já uma hierarquia instituída, que verticalmente manda, do
topo à base. Claro, e não acontece por demasiadas vezes, no topo deve estar quem
para tal tem mérito e qualidades – e não “a” cunha!
E, assim ao recriaremos - até - consentidamente espaços onde vivemos todos
e cada um, com regras, com mães e pais a mandar, professores a imporem-se,
gestores a gerir, até vai aparecer a oportunidade de levemente “romper as
regras” o que, claro, implicará alguma arte! Mas só é conseguível fazê-lo se
regras houver, o que de facto não está - evidentemente - a acontecer.
Antes que tudo descambe para um espaço em que ninguém manda, todos mandam e
é o salve-se quem e como poder, criem-se as regras para serem maioritariamente
cumpridas e de quando em vez, docemente rompidas.
(PÚBLICO, 6-5-20139
A. Küttner de Magalhães
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