segunda-feira, 6 de maio de 2013

Os que mandam são os do dinheiro... o Governo, manda?

Se de facto conseguimos colocarmo-nos a jeito, mais uma vez, para ficar totalmente às ordens dos Senhores que nos emprestam dinheiro, e não cumprimos com o que inicialmente dissemos ir cumprir, pomo-nos a jeito para o pior!

Não acabámos com câmaras municipais, não fizemos a fusão de universidades, institutos, fundações. Não acabámos com muitas mordomias! Não acabámos com muito do que fomos criando por criar. E agora os tipos mandam cortar noutros “sítios”” que são muito mais gravosos para a população em geral. E o FMI manda, manda a sério, cortar mais em reformas e em funcionários públicos, aplicar mais taxas moderadoras na saúde, e por aí adiante. E como não quisemos obedecer à primeira, e como não lhes soubemos, por um lado dar as necessárias e convenientes explicações – os tipos é que nos estar a escoar o dinheiro para subsistir – eles vão esticando a corda, e nós amouxamos. Mas faz-se de conta que ainda vamos conseguir dar a volta! E não vamos. E a Grécia está a ser o nosso futuro!

E se hoje, dado não ter sido ontem, acabássemos, já, já , com muitas câmaras municipais, com muitas fundações, com muitos institutos, com muitas universidades. Se o Governo e o Parlamento acabassem com 89 % dos automóveis que lhes estão distribuídos, com cartões de credito, com mais mordomias, se mostrássemos que queremos “nisso” muito poupar, não teriam os tipos que nos dizer , agora à força e encostados à parede, o que vamos amanha fazer. Mas amanhã é mesmo amanha! Não é daqui a um ano!
E dá para pensar, a que ponto, chegámos. Qual democracia qual quê? Isto é a lei do dinheiro! Quem tem manda! E como nós estamos “lisos” e temos de depender deles, eles mandam, e nós vamos à força obedecer. E não havia necessidade. E podíamos ter feito o trabalho há 10, há 50, há 30 , há 1 ano, não fizemos. Agora vai ser aos empurrões. Quase a afogar! E vale ainda gastar dinheiro com Governação, Oposições, etc., etc.? Quem souber e com toda a franqueza responda. Mas talvez “aí” fosse de poupar, dado que se for mais esmagar os reformados – a velhada, - os funcionários públicos – agora deu também para esmagar os médicos!, vá-se lá saber porquê – os privados que ainda têm trabalho. Bem, de facto será de entregar-mos “isto” aos senhores do FMI que às 2ª, 4ª e 6ªs acham que estamos bem, e nos outros dias acham que não! Os senhores da Desunião Europeia já nada “acham”. Quem vai achando – mandando – é, claro, a Sra. Merkel.

Mas se nós tivéssemos em aflição sabido dar conta do recado, se tivéssemos feito nestes últimos dois anos os tais cortes em autarquias cujo delineamento é “igual” desde meados do seculo XIX, não, não é do passado, é do anterior.

Se tivéssemos cortado a sério em mordomias – de ricos, não o sendo - de sempre os mesmos, a senhora da Alemanha, estaria bem mais satisfeita. E a outra Senhora que foi de França para o FMI também. Mas não. Não, achámos que não era necessário. Só se ia mexendo num lado, no mais fácil de mexer e que só aos outros – leia-se a nós simples e desconhecidos cidadãos – faria muito doer. E agora vai continuar fazer-nos doer, e vai continuar tudo a encolher, e são eles – os do dinheiro,- que dão ordens. Se calhar cá dentro bastaria um tradutor e pouco mais…e que poupanças!!!!

Augusto Küttner

1 comentário:

  1. Isto começa a ser um problema mais profundo porque estamos embarcados num navio que, mais ano menos ano, vai naufragar. O dinheiro, a moeda, que devia ser um meio para ajudar a produzir riqueza que seria distribuída de forma humana e justa, passou a ser um objectivo. Foi gerando uma sociedade onde o trabalho pouco vale, mas o espectáculo, seja ele o de exibição de luxos ou qualquer outro, é o impulsionador da sociedade. Certos artistas ganham milhões, em especial na área do desporto, sem que haja uma reflexão sobre o certo ou errado, porque no meio proliferam os intermediários que no final, porque movimentam grandes somas ficam com a parte de leão. Entretanto o povo vai adormecendo e vai criando um clima latente de revolta contra uma sociedade que está ultrapassada e, embuído na canção do bandido, não reflecte sobre as causas primeiras da sua situação. Esta civilização está a auto-destruir-se como outras o fizeram no passado. É a ordem natural das coisas

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