Rainer Werner Fassbinder
(31.Maio.1945/1982).
Director, Produtor, Actor e Escritor de filmes na Alemanha
Ocidental, quando ainda havia o Muro de Berlim. Morreu com 37 anos apenas e no entanto
deixou uma obra genial sendo considerado o representante da Nova Vaga de Cinema
Alemão da altura. Começou com 21 anos e deixou cerca de 40 filmes, inúmeras
peças para teatro e duas séries televisivas. “Berlim Alexanderplatz” teve passagem pelos écrans da RTP
nos anos 80, tratando-se de uma série onde se retrata a Alemanha de entre as duas
Guerras nos anos 30 do século passado, adaptada do livro de Alfred Döblin com o
mesmo título, centrada na personagem de Franz Biberkopff. Na altura da sua
morte, depois de ter realizado o seu último filme, Querelle, Fassbinder estava a preparar o
seu próximo filme, Rosa L., centrado na vida da activista revolucionária polaca Rosa
Luxemburgo assassinada pelos alemães em 1919.
A colossal produtividade de Fassbinder baseava-se,
largamente, no facto de ele trabalhar sempre como parte de um colectivo e de se
rodear de pessoas familiarizadas com a sua abordagem. As personagens femininas interpretadas,
entre outras, por Hanna Schygulla, Irm Hermann, Margrit Carstensen, são marcantes.
Fassbinder gostava de colocar as mulheres na posição de serem elas a veicular
aquilo que o realizador tinha para dizer por achar as mulheres mais
interessantes. As obras de Fassbinder aparentam ser tão pessimistas, tão
despojadas de qualquer esperança de desenvolvimento pessoal e social, que se
torna compreensível a rejeição que os seus filmes frequentemente encontram.
Fassbinder gostava de transmitir a ideia de que se por um lado os seus filmes
veiculam algo de desesperado, deprimente ou destituído de esperança por outro
acreditava de que se as crianças fossem criadas como flores, talvez posam, um
dia, viver de forma diferente dos pais. Daí se dizer que o realizador alemão
filmou a partir de uma perspectiva infantil. Daí, também, a sua capacidade para ir
directo ao assunto, contando de forma simples e ingénua histórias sobre os mais
complexos problemas.
“Nunca
tento reproduzir a realidade, o meu objectivo é tornar o mecanismos
transparentes, para que as pessoas percebam claramente que têm de mudar a sua
realidade.”
Fonte: “O Amor é mais frio do que a
morte” Christian Braad Thomsen
Cinemateca Portuguesa-Museu
do Cinema
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