quarta-feira, 29 de maio de 2013

Jardins



 (Jardim Botânico - Porto)
 
Dos sumptuosos jardins ou parques existentes por esse mundo fora não conheço nenhum em particular. Desde o Hyde Park ao Central Park ou os de Versalhes. Só conheço os de Portugal. E dos que já visitei fiquei deliciado e às vezes encantado. Em Lisboa para além do Jardim Botânico, enclausurado no meio da selva urbana, um dia fui levado pela mancha verde existente no mapa da cidade lá para os lados das Necessidades. Descobri um jardim meio escondido e algo desconhecido. Mas lindo. Calmo, grande e com excelentes espaços para nos espreguiçarmos na relva ao domingo. Curiosamente tenho vindo a reparar que muitos destes espaços existentes e abertos ao público, seja nas grandes cidades como fora delas, foram primeiro propriedade de pessoas que ali habitavam e só mais tarde, com a saída dos seus donos para outras paragens ou fruto de doações, eles se tornaram do domínio público. Em Ermesinde existe a Vila Beatriz, nome da sua antiga proprietária. No Porto os Jardins de Serralves pertenceram ao Conde de Vizela. Os de São Roque também pertenceram a uma família com o gosto das plantas e do verde. Recentemente voltei ao Jardim Botânico no Porto onde outrora viveu a família de Sophia de Mello Breyner Andersen.
O que levava estas pessoas de então a rodear a sua casa de espaços verdes majestosos carregados de árvores de diferentes espécies e com espaços extremamente bem desenhados? Havia dinheiro e terreno para isso, sem dúvida. Ora, hoje o dinheiro não escasseia para uma certa elite, o que escasseia sim é o terreno disponível dentro das cidades. Só por esta razão é que eu entendo ser hoje tão difícil encontrar alguém acomodado na sua riqueza que no espaço da sua habitação privilegia um grande e bonito jardim como os que eu anteriormente citei. Graças à fortuna de uns e do seu gosto imenso pelo Jardim podemos hoje ter o privilégio de ter alguma variedade de jardins para visitar em algumas das nossas cidades.

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