quarta-feira, 2 de outubro de 2013

1 - O mandarim e o TC; 2 - eis, o busílis da questão


O líder-mór do laranjal dizimado pelo temporal de 29/9 não pára, quase diariamente, de enviar ‘fraternos’ recados ao seu ‘amicíssimo’ TC.

Assim, e em estreita sintonia com os seus pares de estimação, se os doutos membros do referido tribunal se comportarem como só fazendo número, o mesmo que uma espécie de verbos de encher faz, para tal líder tudo bem, para ‘bem da nação’.

Assim não sendo, tal mandarim imporá os seus tenebrosos desígnios ‘constitucionais’, para mais uma vez vergastar quem menos pode, glorificando todos aqueles que continuadamente vivem num verdadeiro paraíso terreal.

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Para que o Estado de uma nação soberana (que actualmente já não se pode afirmar como independente) funcione em todos os sentidos, tanto sociais como democráticos, tem de instituir derramas, impostos, taxas e outras alcavalas, de modo a proporcionar a todos os seus cidadãos uma vida social minimamente digna, em função da contribuição colectiva de toda a comunidade.

Por isso, dentro de tais moldes democráticos e constitucionais, o Estado recorre a concidadãos para a satisfação de tais necessidades sociais e de soberania, integrando-os no agora tão apregoado sector público, no seu mais lato sentido do termo.

E eles, tais servidores do Estado, e os outros, que integram o sector privado, é que têm mantido tão desleixada e dispendiosa máquina do Estado, a qual (em roda livre, graças a tantos desgovernantes conluiados a corrupções e criminosas derrapagens), tem gasto muito mais do que tem recebido, desbaratando à tripa forra o que não lhe pertence, mas que devia gerir com muito mais honestidade e parcimónia.

E, agora, é que chegamos ao busílis da questão, perguntando: por que será que uns têm altíssimas regalias sociais e outras mordomias tais que outros não têm, ou uns serão filhos e os outros afilhados?

Portanto, tão insustentáveis e imorais desigualdades sociais (tais como: abissal desigualdade indemnizatória por despedimento entre sectores; imoral contagem de tempo na obtenção de pensões ou reformas; pensões e reformas com montantes elevadíssimos tendo em conta o tempo laboral e contributivo; reformas e pensões distribuídas a esmo com montantes equiparados ao topo de carreira com se todos fossem uns fora de série; usar-se e abusar-se, quase criminosamente, de viatura oficial, cartão de crédito e outras incomportáveis benesses; existirem avultadas reformas, pensões e vencimentos acumulados por uma só pessoa) têm de ser igualizadas, harmonizadas ou definitivamente banidas, de modo a pormos de vez um travão a tão grande gasto nacional, o qual não passa de um verdadeiro sorvedouro se fim.

Se produzimos cem não podemos continuadamente gastar cento e vinte.

Resumindo: não têm sido os concidadãos mais humildes que levaram o Estado Português ao caos em que se encontra; pelo contrário: tudo têm feito para que o pão não falte na mesa, enquanto os maus feitores têm deitado tudo a perder.

 

José Amaral

 

1 comentário:

  1. Não sei se os doutos juízes do TC, com as regalias que têm num país que está beira da rotura e onde a miséria cresce como erva daninha, têm assim tanta moral para ser exemplo neste país. Ainda agora, nos novos castigos a impor aos pensionistas, os magistrados e os funcionários diplomáticos ficam de fora. Aos juízes, mais que ainda a outros cidadãos, é preciso aplicar o que se exigia à mulher de César. Começo a estar farto de toda esta gente que está a habitar o andar de cima, pisa os moradores do rés-de-chão e esmaga os da cave.

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