terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A Cultura do nada

A Cultura do nada continua a singrar no sangramento do saber e da palavra escrita.
Assim escrevo, porque li que ‘casas de escritores no Porto estão ao abandono’.
A casa de António Nobre, na Foz, mais parece um sem-abrigo. Está ‘só’, abandonada, entregue à sua mísera sorte.
A de Almeida Garrett, quase em pleno centro do Porto, caminha apressadamente para soçobrar à força do camartelo.
A de Eugénio de Andrade, na zona do Passeio Alegre, deixou de ser poema ‘adolescente’; perdeu a sua ‘pureza’, como os ‘primeiros poemas’ do autor, muito longe de ‘as mãos e os frutos’ em ‘Daqui houve nome Portugal’.
Se aqui – no Porto – Eugénio de Andrade aportou e se também nela cimentou a liberdade, agora nem um pedestal lhe sobrará como estandarte.
Presentemente, só estão na moda os estrangeirismos, como ‘made in china’ por exemplo.


José Amaral

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