Nascido a 3 de Dezembro de
1944, no Lugar de Pilar, uma pequena aldeia da freguesia de Fiscal no município
de Amare no distrito de Braga, António Joaquim Rodrigues Ribeiro, tendo ficado
mais conhecido por António Variações, intérprete com uma voz e expressão
corporal inconfundíveis ficou especialmente conhecido pela sua composição… E p’ra amanhã…, de 1983. Completaria
hoje se fosse vivo 70 anos, tendo vindo a falecer em Lisboa no dia 13 de Junho
de 1984, com apenas 39 anos.
Foi um cantor e compositor
português do início dos anos de 1980. A sua curta discografia continuou a
influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores ao seu precoce
desaparecimento.
Filho de camponeses, Deolinda
de Jesus e Jaime Ribeiro, Tonito (como a mãe lhe chamava), tinha onze irmãos,
embora dois deles tenham falecido muito cedo. A sua infância foi dividida entre
os estudos e o trabalho no campo, para ajudar os pais. O pai Jaime, tocava
cavaquinho e acordeão e foi a primeira inspiração de Variações, que desde cedo
revelou a sua paixão pela música nas romarias e no folclore locais.
Aos onze anos, teve o seu
primeiro emprego, em Caldelas e, um ano depois, partiu rumo à capital: Aí,
trabalhou como aprendiz de escritório, barbeiro, balconista e caixeiro.
Seguiu-se o
serviço militar em Angola e a
aventura pelo estrangeiro; mais propriamente em Londres em 1975 e Amesterdão
meses depois, onde descobriu um novo mundo, querendo trazer para Portugal uma
nova maneira de viver. Foi nesta última cidade que aprendeu a profissão de
barbeiro que mais tarde, exerceu em Lisboa, quando voltou.
Com a ajuda do amigo e colega
Fernando Ataíde era igualmente seu amante e Variações assumiu dessa forma a sua
orientação sexual. Depois do Ayer, passou ainda por um salão no Centro
Comercial Alvalade e só mais tarde abriu uma barbearia na Baixa lisboeta.
Entretanto, deu igualmente
início aos espectáculos com o grupo Variações, atraindo rapidamente as
atenções. Por um lado, o seu visual excêntrico não passava despercebido e, por
outro, o seu estilo musical combinava vários géneros, como o rock, o pop, os
blues ou mesmo o fado. Em 1978, apresentou-se à editora Valentim de Carvalho e
assinou contrato.
A morte de António Variações,
apenas com 39 anos de idade produziu um profundo pesar entre alguns dos maiores
intérpretes musicais portugueses. Amália Rodrigues afirmou que este artista
deixaria “um triste vazio na música portuguesa” . Luís Represas referiu que
“num país com uma produção musical relativamente pequena é uma grande perda a
morte de um músico que acima de tudo, foi honesto e franco n alinha musical que
escolheu” e Lena d’Água salientou que “atrás de um artista muito louco (…)
existia um coração grande e puro como o coração de uma criança”.
Recordo-o com muita saudade, tal como sinto muito com a ausência de Carlos Paião. Resta-me elevar o pensamento até os alcançar estejam aonde estiverem. Fiquem bem, eternamente.
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