sábado, 13 de dezembro de 2014

Fosso entre ricos e pobres

Há mais de três décadas que os portugueses, em especial os que trabalham por conta de outrem, vão sendo castigados com enormes sacrifícios impostos pelos vários governos.
Porém o actual governo, na tentativa de justificar tais sacrifícios também por si impostos aos trabalhadores , diz-nos que tem de ser assim porque "não produzimos riqueza".
Entretanto, vemos a classe média a desaparecer e uma boa parte dos portugueses já está no limiar da pobreza . Isto apesar de trabalharem durante o ano mais 324 horas do que os compatriotas da senhora Merkel e ganharem o mísero salário mínimo.
Não obstante toda esta miséria nacional e segundo os órgãos de informação, neste ultimo ano "nasceram" em Portugal mais 10 mil novos ricos, o que até seria muito bom se isso fosse acompanhado pelo fim da pobreza em Portugal. Não foi o caso, antes pelo contrário: aumentou o fosso entre ricos e pobres.
Perante este facto absurdo e até imoral, presumo que a maioria dos portugueses perguntará: " Como é possível ?" Pois bem, a resposta já a dava Almeida Garrett em "Viagens na Minha Terra ", que passo a citar : " No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas dúzias de homens ricos. Já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria do trabalho desproporcionado,à ignorância crápula, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico ?"

Texto de Arlindo Costa, Publicado no DN a 24 de Novembro de 2014.

5 comentários:

  1. Continuar a reclamar pode ser que um dia alguém oiça!

    ResponderEliminar
  2. Reclamar sempre, também cansa, tal como diz o poeta José Gomes Ferreira, "Viver sempre, também cansa!".

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois é, mas não será por isso que vamos deixar de viver (leia-se) lutar. Isso é o que eles os tubarões querem, ou seja: Vencer-nos pelo cansaço. Mas estou certo de que não vão conseguir. Agora que a luta é dura, é !

      Eliminar
    2. Quando será a altura de agir? Há anos que andamos vivemos uma campanha de lástima. Lastimamo-nos e ficamos conscientes de cumprir. Só que há um prazo para tudo e isto começa a ser demais. Mesmo os movimentos que há dois anos apareceram a reclamar, com manifestações históricas, já perderam o folgo. Quando mais tarde se agir, mais difícil é tratar da doença. Penso assim. Contudo, até posso estar errado, porque não acerto sempre, como sucede com outros meus semelhantes.

      Eliminar
    3. Amigo Joaquim a sua pergunta leva-me a outra pergunta: O que para si é agir ? Agir é só simplesmente escrever para as redes sociais ? Se assim for eu considero pouco. Agir é escrever para as redes sociais, participar em associações de carácter cívico e reivindicativo, seja no campo da saúde , do ensino etc.., é a militância politica sem interesses mesquinhos e pessoais, é quando é preciso sair à rua manifestar colectivamente o nosso descontentamento com os governantes.Ora, isto é o que eu acho que se chama agir dentro dos moldes democráticos, ou estou enganado ?

      Eliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.