sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Público 19.12.2104


O turismo tem de ser bem tratado para perdurar

 

Estamos sem dúvida a ter um boom de turismo, não só nas principais cidades como Porto, Lisboa,

Setúbal, Régua, Évora — sem segundas intenções —, Caminha, Tomar, como nas praias algarvias, no Douro, por todo o lado.

Mas temos de conservar os turistas de todos os extractos e com muito ou pouco dinheiro, sem estragar.

Cuidado com a venda desatinada de casas antigas nos centros históricos das cidades, dado que não pode ser como se de um maná se tratasse, porque, se acaba mal, é mais um problema a juntar

a tantos que vamos criando e não resolvendo.

Fazer tudo com princípio, meio e fim é o mais aconselhável. E, mormente, fazer turismo não para durar uns poucos gloriosos anos, mas ser consistente para muitos e muitos anos.

Cuidado com os preços em tudo, não só no imobiliário.

Cuidado com a segurança de pessoas e bens, nacionais e estrangeiros, haja mais policiamento de proximidade, para não se ter de remediar, em vez de prevenir.

Fazer tudo, sempre, de forma o mais transparente possível, para o turista, nacional ou estrangeiro, voltar sempre agradado, e fazer passar a palavra de que esteve num local merecedor, sob todos os aspectos, de estar e visitar.

Cuidar de tudo, público e privado, da mesma forma.

E sobretudo não estragar.

Nem deixar que o façam os turistas que nos visitam. É preciso cuidar destes espaços que são nossos e que, por andarmos tão distraídos ou entretidos com reality shows — os mais diversos, reais e criados

—, nos esquecemos de os apreciar e até gozar.

E eles estão aqui, junto de nós, à “mão de semear”.

Porque o país é de todos nós, não é deste Governo, destes ministros, ou da oposição, seja esta qual for.

E é para ser um benefício que passe e ultrapasse governos, para ser melhor cuidado, melhor conservado.

E não nos fiquemos pelo turismo, sejamos bons em mais áreas, somos disso muito capazes.

 

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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