Procurei ouvir o maior número de intervenientes nas comemorações desta data: Assunção Esteves, Cavaco Silva, António José Seguro....
Mas não ouvi , porém, Vasco Lourenço ?! (Nas televisões, em simultâneo com outras intervenções na Assembleia, surgia ao espectador, a imagem de Vasco Lourenço no canto inferior direito, sem som...).
Lá dentro, na Assembleia da República, Seguro agradecia aos «capitães de Abril» a sua generosidade, a coragem e o desprendimento. A presidente da Assembleia disse, ela que os impediu de discursar, que "o Parlamento recebe todos, todos os dias." ?!?! Mas eles não estiverem nem se ouviram no "palco" das comemorações. Que liberdade é esta conquistada por eles, de que eles foram protagonistas?
Não entendo.
`A noite, na SIC, Maria José Morgado disse que os portugueses vivem com medo. «Em que sentido? - perguntou o jornalista Ricardo Costa. Ora , Ricardo Costa, toda a gente percebeu o que ela queria dizer. Mas a Procuradora- geral adjunta e voz pública activa na luta contra a corrupção, teve que lhe explicar: medo de perder o emprego, medo de não vir a ter reforma, medo de perder a dignidade de viver, medo de perder a liberdade...
Mas mais que ouvir as vozes do 25 de Abril de 74, importava mais, interessava sobremaneira, dar voz, em plena Assembleia, discursando tal como um qualquer deputado, portugueses anónimos que vivem com dificuldade neste 25 de abril 2014 e que reclamam por uma nova revolução dos cravos: um sem-abrigo, um pai e uma mãe desempregados, um reformado a receber pouco mais que 200 euros, o jovem licenciado à procura de emprego, o português que não vê outra saída senão emigrar, o professor que faz centenas de quilómetros para dar aulas e que está longe dos filhos, o estudante que não vê qual o curso a escolher na faculdade que lhe garanta algum futuro e motivação para estudar, etc.
Uma vez ao ano, no 25 de Abril, calem-se os políticos. Silêncio que vão falar os portugueses para os políticos!!
«Nunca deixe de sonhar" - dizia o cartaz da menina...
Viva cara amiga Maria do Céu. Estou quase a 100% de acordo com o seu texto, e digo quase porque só não concordo quando diz." ao menos uma vêz no ano, dia 25 de abril calem-se os políticos" e porquê? Porque isso é meter todos no mesmo saco, e na minha modesta opinião ainda há politicos honestos, alguns até que sofreram prisões á ordem do Salazarismo,e lutaram para ter-mos democraçia. Depois quem conhecer que me diga, qual o regime democrático, que não tem políticos? E ainda mais, Se não acreditar-mos em nehum político (está na moda) então qual é a solução? Por ultimo e para acabar, penso que não seria bem isso que quis dizer, estou certo. Um abraço do Arlindo Costa.
ResponderEliminarIsto só lá vai através da política, mas não com estes políticos, que cegamente nos têm levado à desgraça, seja por incompetência, oportunismo ou ganância. A Céu, como muitos de nós, já não pode ouvir esta gente que domina actualmente o espaço político. Daí, o seu pedido para que se calem, que é um grito da revolta que é preciso eclodir. No fundo, no essencial, estamos todos de acordo, porque desejamos um país mais justo e fraterno. Um abraço lusitano para ambos.
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