Os actuais ‘vendedores de sonhos’, que não passam de
pesadelos para Portugal, não têm perdido nenhuma oportunidade palradora em
afirmar que privatizações ou vendas de lucrativas empresas a estrangeiros são o
que vulgarmente designam por IDE – investimento directo estrangeiro -, que se
resume em altos benefícios para o país, quer em criação de riqueza e melhoria
da nossa balança comercial, quer do bem-estar dos seus cidadãos e aumento
exponencial de postos de trabalho.
E, tais vendedores de ilusões, vão mais longe ao afirmar que
o ‘milagroso’ IDE se traduz sempre na
transferência de capitais, de tecnologia, know-how, altas técnicas de gestão,
entre muitos outros benefícios. Isto é, mais riqueza e mais emprego para
Portugal, o que é puro logro.
De facto, venderem-se empresas estratégicas nacionais a
estrangeiros nem sempre ou nunca trarão tais benefícios para quem as vende.
Pelo contrário, há logo uma submissão quase total para com tais estados
estrangeiros a decidirem sobre tais fulcrais setores estratégicos da economia
nacional, não se criando mais riqueza sustentada, nem os postos de trabalho
aumentam, como se poderá exemplificar com as negociatas havidas com a EDP, a
REN, os CTT, a ANA, a Caixa Seguros e o que mais se verá.
Finalmente, tais vendilhões pátrios argumentam
falaciosamente que se privatiza ou vende porque o Estado não é bom gestor.
De facto, se há maus gestores é porque os governos não os têm
escolhido entre os melhores em função do seu saber e capacidades para o lugar
que vão ocupar, mas apenas pela filiação partidária e amizades delapidadoras do
erário público.
No entanto, muitas das empresas privatizadas, alienadas ao
deus dará, agora nas mãos estrangeiras, que geravam lucros elevados para o
Estado Português, significava que nem todos os gestores eram assim tão maus.
José Amaral
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