Peguei numa FBP e postei-me do lado de fora da porta, tive que me abrigar ligeiramente num umbral porque caia uma morrinha, a rua ao contrário do que o Movimento pedia estava cheia de gente passante com sorrisos no rosto, tinha soado a hora da liberdade, recebi montes de beijos e abraços a tropa ainda na véspera tão mal vista era agora herói da liberdade, as pessoas traziam cravos vermelhos e também eu tive direito a um, eu estava feliz o povo estava feliz, soube que no Carmo o Salgueiro Maia tinha o Marcelo e mais alguns da corja dominante cercados mas que a malfadada pide na António Maria Cardoso mesmo nesse dia de felicidade havia morto duas pessoas que soltas as gargantas das amarras da opressão gritavam vivas à liberdade abaixo a ditadura , a hora da liberdade não ia soar já tinha soado, era um facto que íamos ser povo, que íamos ser livres, acabava-se de vez com a guerra colonial, a pide, a legião a censura e todas essas merdas em que se alicerçava o regime caduco de velho e de velhos, “o povo saiu à rua num dia assim” e fez a festa, foi um dia feliz muito feliz posso dizer que com o 1º de Maio de 74 e o dia do nascimento do meu filho foram os dias mais felizes da minha vida, vivemos em liberdade e democracia durante alguns anos agora um bando de coelhos cavacos marilus e portas querem-nos tirar tudo, vejo a minha Lisboa pejada de pedintes e sem abrigos, vejo de novo crianças de pé descalço, vejo a fome e a miséria que nos assolam de novo, o 24 de Abril lentamente está a ser implantado mas este povo que tão letárgico está há-de acordar um dia e corrê-los a pontapé, não quero mais ver crianças descalças e gente de lábios cosidos, o medo teve o seu tempo negro e afastámo-lo, as trombetas soam nos meus ouvidos e dizem-me que é necessário um novo 25 de Abril mesmo que calhe a 31 de Janeiro, acordai povo revoltem-se portugueses porque queremos de novo “a paz o pão habitação saúde”, queremos de novo agarrar nas nossas mãos e fazer futuro, o futuro é nosso não é de meia dúzia de tipos de fato azul e gravata nem dos patrões estrangeiros que nos dizem que devemos empobrecer, o quê mais ainda? Eles julgam que mandam mas Portugal há-de ser uma Fénix renascida que não se deixa endrominar com tretas e falinhas mansas, quero sair para a rua e dizer que tenho num país não um colonato, não somos cobaias do fmi ou bce, somos um povo como muitos séculos de história, somos um povo que quer ser livres e feliz, porra.
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Somos um povo que quer ser livre e feliz
Peguei numa FBP e postei-me do lado de fora da porta, tive que me abrigar ligeiramente num umbral porque caia uma morrinha, a rua ao contrário do que o Movimento pedia estava cheia de gente passante com sorrisos no rosto, tinha soado a hora da liberdade, recebi montes de beijos e abraços a tropa ainda na véspera tão mal vista era agora herói da liberdade, as pessoas traziam cravos vermelhos e também eu tive direito a um, eu estava feliz o povo estava feliz, soube que no Carmo o Salgueiro Maia tinha o Marcelo e mais alguns da corja dominante cercados mas que a malfadada pide na António Maria Cardoso mesmo nesse dia de felicidade havia morto duas pessoas que soltas as gargantas das amarras da opressão gritavam vivas à liberdade abaixo a ditadura , a hora da liberdade não ia soar já tinha soado, era um facto que íamos ser povo, que íamos ser livres, acabava-se de vez com a guerra colonial, a pide, a legião a censura e todas essas merdas em que se alicerçava o regime caduco de velho e de velhos, “o povo saiu à rua num dia assim” e fez a festa, foi um dia feliz muito feliz posso dizer que com o 1º de Maio de 74 e o dia do nascimento do meu filho foram os dias mais felizes da minha vida, vivemos em liberdade e democracia durante alguns anos agora um bando de coelhos cavacos marilus e portas querem-nos tirar tudo, vejo a minha Lisboa pejada de pedintes e sem abrigos, vejo de novo crianças de pé descalço, vejo a fome e a miséria que nos assolam de novo, o 24 de Abril lentamente está a ser implantado mas este povo que tão letárgico está há-de acordar um dia e corrê-los a pontapé, não quero mais ver crianças descalças e gente de lábios cosidos, o medo teve o seu tempo negro e afastámo-lo, as trombetas soam nos meus ouvidos e dizem-me que é necessário um novo 25 de Abril mesmo que calhe a 31 de Janeiro, acordai povo revoltem-se portugueses porque queremos de novo “a paz o pão habitação saúde”, queremos de novo agarrar nas nossas mãos e fazer futuro, o futuro é nosso não é de meia dúzia de tipos de fato azul e gravata nem dos patrões estrangeiros que nos dizem que devemos empobrecer, o quê mais ainda? Eles julgam que mandam mas Portugal há-de ser uma Fénix renascida que não se deixa endrominar com tretas e falinhas mansas, quero sair para a rua e dizer que tenho num país não um colonato, não somos cobaias do fmi ou bce, somos um povo como muitos séculos de história, somos um povo que quer ser livres e feliz, porra.
1 comentário:
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Todos os povos aspiram ser livres e felizes. Daí, que sejamos iguais aos outros. Que povo deseja não ter liberdade e ser infeliz?!
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