Estamos
a viver um tempo em que o passado resume-se ao último mês, e a história, a dois
ou três acontecimentos que sejam sistematicamente referenciados pela maioria dos
nossos meios de comunicação social, com o maior sensacionalismo possível, ou
pelos políticos de serviço, entrecruzando-se com aqueles.
Talvez
seja baseado “nisto” que o ainda presidente em exercício da Comissão Europeia
esteja “fiado”, para se estar já a fazer a um cargo no nosso, e também dele,
país
Como
não conseguiu arranjar nada de nada “lá fora”, tem que regressar a terra.
Assim,
consegue dar uma entrevista ao melhor e maior semanário que temos, onde faz de
conta, estar a fazer um ponto de situação dos seus últimos 10 anos, onde atira
culpas para todos e tudo o que mexe, e tenta aparecer como um “santo”.
E,
agora está, e vai ficar a andar por aí — já não é o único — e ainda para mais,
com o apoio do PR e do PM.
Sendo
que, talvez alguns que tenhamos ainda memória — algo raro — um pouco mas
alongada no tempo, e para quem a História seja feita de factos com séculos e
séculos, não esquecemos o percurso recente de Durão Barroso, do Zé Manuel, do
José Manuel Barroso.
E
convenhamos que nem cá dentro, nem lá fora foi dos melhores, e parece só o
próprio e os que em seu torno gravitam, isto não quererem entender.
Como
primeiro-ministro desistiu do lugar e foi para presidente da Comissão
Europeia.
Como primeiro-ministro não fez obra, bem pelo contrário, e descobriu que nada
podia fazer, por um país de tanga, e foi-se embora. Como presidente da Comissão
Europeia, conseguiu que esta ficasse tão anulada, que tudo o que lhe competia
fazer e decidir passou para Berlim. Algo que vai ser árduo o próximo a ocupar a
cadeira, recentrar, de onde nunca deveria ter saído.
Depois,
deste percurso, achar que está perdoado e que pode voltar à terra natal para
ser Presidente
da República é muito, mesmo muito optimismo, mas tudo é possível e conseguível,
por mais espantoso que pareça, neste nosso pobre País. Logo estaremos cá, se
nos deixarem, para o ver, perdoado e regressado.
A.Küttner de Magalhães, Porto
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