Esculpimos Liberdade como quem esculpe o corpo da mulher desejada, a mulher querida a Liberdade amada, somos gente que não acredita em utopias nem impossíveis, fomos feitos com a argamassa com que se constrói futuro e desejo, somos gente que faz da luta o orgasmo libertador de energias e desejos, temos braços temos pernas temos tudo, nada nos impede de perseguir o desejo seja ele fêmea ou Liberdade, vivemos tempos conturbados é certo mas tanto conquistámos que não vamos agora deixar que meia dúzia de badamecos nos venham impor uma forma de viver ou de amar, amar e vida conjugam-se no mesmo tempo verbal, seja ele presente ou futuro mas passado nunca como diz a canção “vem vamos embora”, vamos embora na direcção que juntos queremos caminhar e queremos caminhar esse caminho feito de pedras e obstáculos com um sorriso nos lábios, sabemos sorrir mas também sabemos cerrar dentes e avançar e avançamos na vida com o olhar posto no que lá vem e o que lá vem temos que ser nós a fazê-lo, não queremos nem deixamos que nos imponham regras cinzentas queremos colorir com flores múltiplas o caminho de pedras, somos gente, somos povo.
Sim é verdade que nada é fácil mas se fosse fácil que gozo daria? Onde iriamos buscar o prazer da conquista? O prazer de concretizar um objectivo que queremos sorrir, que queremos colorir, que queremos viver, isto no fundo é como diz o Sérgio “a vida é feita de pequenos nadas” mas esses pequenos nadas juntos são tudo, somos nós, somos país, somos o aqui e agora mas também somos o amanhã e se o amanhã não formos nós serão os nossos filhos e netos que nessa altura farão com que tenhamos saudades do passado em que fomos presente e que agora deixamos para trás, um presente feito de esperança e braços de ferro nas mesas das tascas ou na Avenida da Liberdade “Liberdade oh Liberdade sempre por ti lutaremos” e lutamos e estrebuchamos e dizemos Não quando nos querem obrigar ao sim e só transforemos o Não em sim se se esse sim for feito por nós todos, o único fato que usamos é o fato da vida, não usamos fatos azuis que de tão iguais parecem farda e é um fardo o que esses fatos nos querem impor mas nós todos nus apenas vestidos de vida faremos frente a esse imenso exército transnacional que nos quer ensinar desespero, não desesperamos nem desistimos, erguemos à nossa volta castelos feitos de Primavera e dentro desses castelos gritamos lutamos e dizemos Não.
Muito bom e bonito!
ResponderEliminarSublinho: "temos braços e pernas, temos tudo, nada nos impede de perseguir o desejo... com um sorriso nos lábios (...) esses pequenos nadas juntos são tudo, somos nós"
É destas palavras otimistas que precisamos. Obrigada, Fernando!
Obrigado eu pelas amáveis palavras mas o prazer é meu.
EliminarEu também me tenho perdido no labirinto amoroso e íntimo da Liberdade apontada, e muito bem argumentada, no texto do confrade Fernando Monteiro.
ResponderEliminarE ABRIL abriu-nos para tal mundo libertador, onde, infelizmente ainda há muito joio. Mas, não usarei herbicida para tal mal sanar.