Sabes meu Amigo, não me vejo a maltratar as palavras. Como
poderia fazê-lo se as tenho pela nossa melhor invenção!
E não é só porque me dão todo o jeito para conhecer-te
diferente. É mais ainda porque são
minhas amigas incondicionais. Agitam a alma,
empurram a minha timidez de dizer-me aos outros.
Por essa razão fundamental e maior, jamais as utilizo como
balas penetrantes e mortíferas, de afastamentos.
Não me imagino a
fazer discursos mollotof - todas e
muitas na mesma garrafa incendiária – e gerar o pânico, o desconcerto, o
desentendimento à volta de mim.
Como é possível usá-las sem estarem polidas, maduras,
apetecíveis, e arremessa-las sem outras explicações , contra as multidões
desprevenidas?
Tantas, ao mesmo tempo e que não dizem nada? Só para
confundir, achincalhar quem as recebe, na frustração de que não entendeu nada?
Infelizmente há quem faça disso a sua profissão de fé.
Quem nos (des)governa, na esperteza possidónia dos
rodriguinhos que compôs em formações académicas nas estruturas partidárias - que alguém achou graça e deu a mão - violenta-nos
agora com discursos sem conteúdo nem sentido no propósito único e perverso de
nos confundir, agastar, levar à desistência.
O que eles dizem não diz nada. Absolutamente nada.
Somos um País de políticos info-excluídos.
Vivemos na pior das ditaduras, quando achamos ter liberdade de escolha, mas ao mesmo tempo
preenchemo-nos momentaneamente de felicidade quando amanhã, dia 1 de Maio temos
cinquenta por cento de desconto em bens de necessidade, na superfície mais
perto de nós.
Desculpem lá, mas quero lá saber que o IVA passe de 23% para
23,25% - décimas ridículas – quando tenho a possibilidade de levar para casa
150 rolos de papel higiénico, que ainda por cima vão contribuir para o fundo de
pensões do Estado.
Admirável Mundo Novo!
Luis Robalo
www.luizrobalo.blogspot.pt
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