No passado mês de Agosto, em
Ferguson (Saint Louis), estado do Missouri, nos EUA, a polícia matou o jovem negro
Michael Brown, que desarmado foi atingido com seis tiros, dois dos quais na
cabeça.
Este lamentável acontecimento
provocou uma série de manifestações de protesto e alguns confrontos com a
polícia, a que o governador do estado americano respondeu com a imposição de
recolher obrigatório e a chamada de forças militares, donde resultaram mais
duas mortes. Mas as medidas repressivas não calaram os protestos que se
estenderam a outras cidades dos Estados Unidos da América.
Embora o essencial dos protestos tenha
a ver com a questão racial, a eles se associou a crise económica e social, que
nos últimos anos se acentuou, com um dos maiores aumentos de sempre na
desigualdade de rendimentos, registando-se uma pobreza superior a 17%, com 15%
dos agregados familiares com dificuldades na alimentação e 20 milhões de
americanos no desemprego ou em situação idêntica. No início do ano, Obama
assinou uma lei que cortou 8,7 mil milhões de dólares, para ajuda alimentar às
famílias mais pobres. São particularmente atingidos os negros, a comunidade
hispânica e imigrantes. O rendimento médio duma família de negros, atinge 60%
do de uma família de brancos. Segundo relatórios de 2013, enfrentam o risco de
pobreza 42,5% de negros com menos de cinco anos e 37,1% de hispânicos com a
mesma idade. Proporcionalmente os EUA são o país com mais pessoas presas, sendo
que 37% são jovens negros que abandonaram a escola. Ao mesmo tempo que aumentam
os gastos com despesas militares, sobem as desigualdades, o desemprego e a
pobreza.
Enganaram-se os que tiveram a
ilusão de que com a eleição de Obama, como primeiro presidente negro dos EUA, se
iria inverter a nível interno e externo, uma política que alimenta o racismo, a
xenofobia e a repressão. A cor da pele, não tem influência nas opções políticas
de Obama, ao serviço do poder das classes dominantes capitalistas que
intensificam a exploração e ameaçam a paz.
Com Obama, nos EUA não se vive
melhor e o Mundo ficou pior.
Nem Cristo conseguiu salvar a humanidade e era um enviado (filho) de Deus. Tendo em conta os factores históricos não é possível, nem exigível, esperar que alguém faça o que Cristo não fez.
ResponderEliminarJesus Cristo, na época em que viveu, fez o possível e impossível para melhorar a sociedade de então, afrontando o império (romano) que acabou por o assassinar. Obama não melhorou em nada os EUA e muito menos o Mundo, submetendo-se aos interesses do grande capital (financeiro, militar, multinacional)
ResponderEliminarUm mês depois do seu envio, foi publicado no Jornal de Notícias em 16.10.2014.
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