Em todas estas reuniões que persistentemente
acontecem, seja da “dita” União Europeia, seja do G8 a G20, seja Nato, seja o
que mais possa ter que ser, há sempre, como até nos nossos Conselhos de
Ministros, uma sessão de fotografias. Será assim um momento tão indispensável,
ver-se toda aquela gente a alinhar-se para o boneco? Aquilo depois vai para
onde? Memória futura ou orgulho presente? Arquivo morto? Alguém se lembrará, a
não ser os próprios se ainda estiverem vivos, destas fotografias daqui a meia
dúzia de anos? E das que aconteceram há 5 ou 6 anos?
Por certo haverá cada vez mais que ter memória, ainda
para mais num tempo em que se tenta a todo o custo que a mesma tenha pouco mais
que duas semanas, mas esta necessidade “tão exagerada” de andar sempre a
perfilar “os importantes” para o retrato, não estará a roçar um pouco o
exagero? Não será mais um contributo para a frivolidade destes acontecimentos?
Não seria mais conveniente, tudo ser melhor feito, com
resultados muito mais concretizáveis e com muito menos espectáculo?
Não seria de, no caso de ter que haver fotografias,
para mais tarde recordar, serem tiradas já e só no local das reuniões, no
início das mesmas, e nada mais. E ficariam essas para a tal memória futura de
trabalho, e inerentes possíveis resultados!
Parece que há uma necessidade de mediatizar ao
excesso, “tudo e nada”. E já nem se fala em “selfies” – convém aqui e agora,
usar o termo em voga,- que hoje são feitas por telemóveis que se tiram a si
próprios, e que há tantos anos era feito com máquinas fotográficas que até
tinham um dispositivo próprio para o fazer, mas única e exclusivamente mente
quando não havia quem o fizesse, e só para uso pessoal. Hoje repetem-se às de
ocasião exageradas e permanentes!
Toda esta rapidez de tanto retrato, faz com que o
mesmo valha tão pouco, que por certo a não ser para consolo do ego dos
próprios, não mais será visto, passadas as 2 semanas da praxe.
Talvez mais sobriedade em tudo, mais recato, menos
retrato, fosse o início da passagem a um tempo diferente e evidente muito
melhor, mais construtivo e com menos espectáculo!
A. Küttner de Magalhães
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