Os políticos ( jornal “i” 29.09.2014)
Lamentavelmente, neste tempo em que o nosso País
regrediu, voltou à pobreza depois de termos, tantos, achado que éramos muito
ricos, destapam-se podres que dinheiros fáceis, encobriam.
Como o dinheiro entrava sem qualquer esforço, era de
imediato gasto onde mais jeito desse, deu para que, quem foi mandando em cada
ocasião dar um aspecto de normalidade e riqueza contínuas.
Os cargos políticos desde Governações, Autarquias e
todas as Oposições – sem excepções – eram muito bem remuneradas e tinham
pagamentos de despesas várias e mordomias acrescidas, até automóveis para todo
o uso, dado que a política podia-se-lhes acabar e tinham que ter que
aproveitar. O que também implicou reformas bem abonadas, com pouco tempo de
exercido efectivo da função.
E, como apesar de pública e publicadamente, todos que
não fossem do mesmo partido politico tinham que parecer sempre zangados e
desentendidos, fora da visibilidade lá se entediam, lá se conversavam.
E, como o País é um pouco como uma aldeia, todos se
conhecem, ou conhecem alguém que outro conhece, e os interesses de uns
beneficiavam outros e no fundo todos se entendiam, como facilmente agora se vai
tudo descobrindo. Mas em simultâneo a inveja esteve sempre muito latente, e
agora na pobreza vem mais ao de cima.
E, a política de um lado e de outro, passou a
profissão, e todos se foram “por lá” eternizado, ou conseguindo lugares “cá
fora” que se não estivessem lá antes, nunca conseguiram, e, foi um tempo de
luxos para quem nestes meios conseguiu viver.
Agora, que o País voltou ao seu estatuto de “não
rico”, não tendo conseguido como deveria ter, construído uma economia sólida e
sustentável, com futuro, e com uma dívida que cresce a cada dia que passa, dado
que nada é feito de facto para que assim não tenha que forçosamente acontecer,
agora destampa-se os podres de outros tempos.
Como o presente e o futuro dos políticos já não é a
delícia que foi, já não dá tanto, já não dá espaço para todos, andam-se a descobrir
carecas – a tal inveja – e de repente, raro é o que por lá passou ou ainda por
lá ande, que se tenha portado como se esperava devesse tê-lo feito.
E temos hoje o país a desfazer-se ainda mais, um
desanimo geral, uma falta de esperança generalizada, nada de positivo acontece,
nem sem ser por milagre ou salvação aparecem figurantes que melhor trabalho nos
possam fazer, deixando emigrar todos, todos estes que já por cá passaram
durante estes anos e não deram conta do recado, bem pelo contrário, parece que
sem excepções!
A. Küttner de Magalhães
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.