Pelos caminhos de Setúbal e Tróia (Fugas/ Público
13.Setembro.2014)
M/ mulher e eu em férias chegámos domingo 10.08.2014
pelas 13h00 a Setúbal, para uns dias de descanso. Uma primeira volta de automóvel.
Tomámos um bom café e deixámos o automóvel junto hotel onde íamos ficar, e ida
a pé até Av. Luísa Todi, depois até à beira mar e ida de catamaran até Tróia.
Viagem, agradável e rápida. Alguns emigrantes – e como tantos outros, algo que
haviam deixado de fazer – tendo que dar nas vistas a falar muito alto, na
língua da terra onde estão a trabalhar, misturado com português, e a mostrar-se
com dinheiro. Chegados a Tróia, espaço limpo, bem cuidado, uma passeata a pé à
beira praia, depois junto ao casino, a ver a nova forma como foi substituído o
que havia sido a Torralta. Muitas pessoas por todo o lado, turistas portugueses
e estrangeiros. Regressámos duas horas depois com o mesmo bilhete, viagem
perfeitamente comportável por um dia, para vários seguidos, não será fácil
economicamente.
Já em Setúbal, regresso a pé ao hotel, por umas vielas
estreitas, antigas, com casas que quase se tocam de um lado ao outro da rua.
Roupa pendurada a secar nas varandas, algumas pessoas locais à conversa às
portas de casa, temperatura muito agradável a fazer sentir o Verão, finalmente.
As pessoas, locais, não são tão acolhedoras, como o
são a Norte! E as que o são, dizem-nos serem do Norte e estarem lá migradas!
2ª feira de manhã ida ao posto de Turismo, dado na
véspera estar fechado, onde muito simpática e profissionalmente fomos
atendidos, onde nos foi facultado um mapa em condições de Setúbal, e várias
indicações do que visitar lá e nos arredores, mas sendo 2ª feira, não sendo
possível fazê-lo a museus. Um café bem tomado no centro, visita à Igreja de S.
Julião muito bonita e bem conservada.
De automóvel uma volta pela Serra da Arrábida, Parque
e depois a pé, dado entre as 09h00 e as 19h00 ser suposto não haver circulação
de automóveis – mas, vá-se lá saber porquê, não sendo “a regra para todos” –
até ao Portinho da Arrábida. Muita gente, água muito límpida, alguns barcos
pequenos de recreio, ao largo.
Regresso pela Pousada de São Filipe, instalada num
ponto elevado com uma vista soberba sobre Tróia e Setúbal, numa fortaleza que
foi mandada construir pelo “nosso” Filipe I para protecção de invasões a
Setúbal, via marítima. Um belo edifício com uma Pousada, mas podendo ser
livremente visitado, como o fizemos.
Como por todo o lado neste nosso País, em Setúbal e
arredores se nota e sente, uma total falta de policialmente de proximidade, o
que implica um cada vez maior desrespeito pelas regras bases de condução
automóvel, estacionamento, e até por qualquer lado e a qualquer hora muitas
pessoas se servem da via pública como urinol, com o consequente mau aspecto e
cheiro!
Sendo de notar nas viagens que fizemos pelo País,
positiva, a circulação automóvel fora das localidades, parecendo mais
civilizada em todos os aspectos, se bem que alguns pesados de passageiros ou
mercadores não respeitem limites de velocidade e circulem demasiado pela faixa
da esquerda. Nem tudo pode ser melhor
3ª Feira, último dia em Setúbal, depois do
pequeno-almoço, e de deixarmos os tróleis no automóvel, fomos a pé ao centro, o
eterno café sem açúcar, visita ao Mercado de Vermonte, que ocupa um quarteirão
completo, próximo ao mar, muito bem recuperado e melhor conservado, com bancas
variadas de produtos alimentares frescos e claro, muito peixe. À entrada e no
extremos interior oposto, azulejos com pinturas alegóricas a antigas profissões
de mar e terra, feitos em 1930. De seguida Museu de Setúbal onde haviam sido as
instalações do Bando de Portugal, e agora muitíssimo bem aproveitadas com Arte
Contemporânea, e uma exposição doada à cidade de esculturas de Virgílio
Domingues, Antimonumentos, tudo à responsabilidade do Município de Setúbal.
Visita ao Museu de Etnografia com interessantes
histórias sobre os primórdios do homem na Península de Setúbal.
Por fim, Museu do Trabalho, localizado onde havia sido
uma Fábrica de Conservas de Peixe, com todo o historial desta, bem como, noutro
piso, todo o espólio e configuração de uma Mercearia, que foi doada ao Museu
pelo seu proprietário, a Mercearia Liberdade. Muito curioso vermos ali, num
Museu, algo que conhecêramos do nosso quotidiano e que hoje já é Memória, já é
História, para ver e lembrar, se não é esquecida, como tanto hoje esquecemos
quando achamos a memória tem duas semanas, apenas!
E ainda antes de deixarmos Setúbal visitámos o Museu
de Bocage , muito difícil de encontrar por péssima sinalização, só sendo
possível graças a uma pessoa da Terra que nos levou quase à porta. Espaço
pequeno com evidentes referências a Bocage, muito interessante, quer com humor,
que pela faceta mais séria.
Augusto Küttner de Magalhães
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