quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Obscenos e podres

A nossa governança não é obscena pela mentira, pela baixa matreirice, por os bolsos das calças se porem a jeito às moedas, pela arbitrariedade e escolha de amigos, pela incompetência, pela gritante incompetência, pela soberba, pela maldade.

Por tudo isso a nossa governança é podre e não obscena.

É obscena, porque meia dúzia de miúdos da única escola secundária das Artes em Lisboa que não têm professores para começar as suas aulas, têm a coragem de se manifestar em frente ao Ministério da Educação, e ninguém os recebeu.

Ninguém  quer saber deles para nada.


Artes?

....

No momento desta pequena e ruidosa manifestação tomava café ao lado do Ministério  e o empregado, em conversa com clientes no balcão, fez um comentário que me explicou o ponto a que chegámos da nossa vida em democracia: “quando fazem mais barulho deve ser porque marcaram golo”. Riram-se todos muito.

Sai do café e juntei-me  ao ruído dos putos. Fartámo-nos de marcar golos, numa baliza sem guarda redes.

A nossa governança só é obscena e só está podre porque deixamos, e nesta nossa pequenez, alguns ainda têm a mania que são engraçados.


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