ONDE OS HOMENS
BONS DA TERRA?
“Homens bons a
terra”, normalmente os mais ricos e poderosos, antigamente assim designados
pela sua ajuda às obras da Igreja, à construção de património cultural e social
e acorrendo à legião de necessitados, sob as mais variadas formas, muitas vezes
deixando grandes formas à Santa Casa da Misericórdia? Hoje, onde param esses “Homens bons da
terra”?
Ao ler, no JN os
lamentos do Presidente da União das Misericórdias Portuguesas; Manuel Lemos,
sobre a descapitalização da Tesouraria, dá para entender que longe vão esses
tempos, mesmo os do início do século XX,
em que na sua acelerada industrialização, e não havendo ainda políticas estatais sociais, os grandes
industriais construíam bairros operários para os seus trabalhadores, assim como
outras formas de assistência.
Hoje, perante a gritante necessidade de acorrer
aos desvalidos de trabalho e de rendimentos, os nossos grandes capitalistas,
que põem sedes das suas empresas e milhões fora do país, perante tal situação exclamam: “O Estado é que tem de tratar dos pobres. Nós
já pagamos os nossos impostos. Não é nada connosco”
Esses senhores,
puros liberais, indiferentes aos dramas sociais, (homens bons?) enchem a boca
com o Estado para tudo, contribuindo com o mínimo, mas sacando do Estado sempre
o máximo! Descansam a sua consciência e
dormem tranquilos. O Estado é que é que tem uma função social! Eles não, dizem.
Depois, arrogam-se
das glórias do empreendedorismo, pagando mal e porcamente a quem para eles trabalha:
Pergunto : Quantos exemplos os poderosos
capitalistas deste país têm dado na contribuição ao combate aos excluídos da
sociedade? Que exemplos de “Homens bons da terra”?
Que grandes obras
de generosidade se lhes reconhecem?
Realmente, os
exemplos são muito salgados! Nem- pingos de doçuras!
Por falar em
exemplos, podem copiar os Bill Gates e Buffets, lá de fora, ou os Caloustes
Gulbenkians e Champalimauds, cá de dentro.
Homens maus,
porque deram!?
Bom é quem muito tem e não dá nada a ninguém?
Haja
misericórdia.
Não pugno por um
Estado caritativo, mas sim por um Estado verdadeiramente social, em que todos
devem contribuir para o bem-estar geral. Se não for a bem vai a mal, sem
misericórdia para com as grandes fortunas.
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Autor: Silvino
Taveira Machado Figueiredo
Parabéns pelas suas afirmações. Estava desejoso que voltasse, com as suas sábias palavras de justiça social. Concordo com tudo o que diz.
ResponderEliminarÉ o que sinto e o que constato, neste mundo que cada vez a privilegiar o Ter em detrimento do Ser; o desmembramento do coletivo e o resvalar para o individual! Que fazer? Se cada um um fizer bem ao Próximo o efeito repercute-se ao Longe. Um dia destes colocarei aqui um artigo meu, já antigo, "O nexus causal é o Mal", em que desenvolvo o primado do Mal sobre o Bem. Embora não havendo nada de novo, entre o Mal e o Bem, acho que atualmente verificação uma aceleração do Mal, ou seja egoísmos, individualismos, liberalismos, em que todos têm a liberdade de ter o mais possível sem que alguém garanta o mínimo a todos.
ResponderEliminarCumprimentos cordiais (na minha juventude, nos filmes da Castelo Lopes, antes do filme mostravam diversos acontecimentos, subordinados ao genérico: "Assim vai o Mundo". Exatamente. Renovo cumprimentos