Tendo em atenção as relações agora existentes entre alunos e
professores, que raiam o escândalo comportamental no que toca à má educação,
que quase todos os dias a Comunicação Social nos dá a conhecer, eis o teor de
uma carta que o pai de um aluno enviou ao seu professor, corria o ano de 1830:
“Caro
Professor,
Ele terá de
aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas,
por favor, diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta há um
líder dedicado.
Ensine-lhe
que para cada inimigo haverá também um amigo, e que mais vale uma moeda ganha
que uma moeda encontrada.
Ensine-o a
perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a
conhecer a alegria profunda, aquela … a do sorriso silencioso.
Faça-o
maravilhar-se com os livros, mas deixo-o também perder-se com os pássaros no
céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas
brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale muito mais
que a vitória vergonhosa; ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra
todos.
Ensine-o a
ser gentil com os gentis e duro com os duros; ensine-o a nunca entrar no
comboio simplesmente porque os demais também entraram.
Ensine-o a
ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho; ensine-o a sorrir
quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens de verdade também
choram.
Ensine-o a
ignorar as multidões quando reclamam sangue e a lutar só contra todos se ele
achar que tem a sua razão.
Trate-o bem,
mas não o mime, pois só o teste de fogo é que faz ‘aquele’ verdadeiro aço.
Deixe-o ter
coragem de ser impaciente e a paciência para ser corajoso.
Transmita-lhe
uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos
homens.
Eu sei que
estou pedindo muito senhor professor, mas veja o que pode fazer”.
Abraham Lincoln (1809-1865) – 16ª presidente dos EUA
José Amaral