Os leitores mais atentos da
Voz da Girafa notarão sem dificuldade que é a primeira vez que aqui marco
presença.
Ora, apareço aqui, hoje, não
por convite da Girafa, escrito ou de viva voz, mas por efeitos de um e-mail
que, muito gentilmente, a Maria do Céu Mota (assim mesmo, sem senhora dona ou
qualquer outro título que certamente bem merece), que não tenho o prazer de
conhecer pessoalmente, me dirigiu, espicaçando-me o interesse por aqui vir, de
vez em quando, exprimir alguma opinião ou estado de alma.
O impulso da escrita vem de
longe. Em jornais, registo uma carta publicada sobre assunto de que não me
recordo, já nos idos de 70 e tal, no saudoso “Sempre Fixe”. Obviamente na 2ª
Série, iniciada logo em 1974, e não naquela em que pontificaram Bordallo
Pinheiro (Pedro) e Stuart Carvalhais – não sou tão antigo quanto isso.
Houve ainda alguma produção
publicada, mais ou menos dispersa, mas que terminou em 1982. Depois do Nada, o
Público, a partir de Fevereiro, deu à estampa algumas cartas minhas. Digamos,
portanto, que já não gastava tinta aos jornais há mais de 30 anos.
Razões? Nada de especial:
falta de tempo e muita, muita preguiça e encolher de ombros. Alguma coisa mudou
que me faz voltar tão repentinamente ao teclado? (Isto do teclado é claramente
uma força de expressão: sempre que, outrora. Escrevia, era provavelmente com
uma simples Bic…).
Na realidade, o tempo
continua a faltar-me e, ao que consta, não estou menos preguiçoso. Estou é mais
irritado e não me apetece encolher os ombros. No nosso país e por essa Europa fora
estamos a passar tempos que não imaginei, até há pouco, virmos a viver.
Não deixa de ser um pouco
estranho que, no catálogo das musas disponíveis, eu fosse escolher a INDIGNAÇÃO.
Mas creia-me quem me ler que essa é, de momento, a minha mais forte motivação.
Julgo não ser necessário explicitar os motivos para esse estado de ânimo.
E pronto. Para apresentação
não é muito, para explicação dos motivos que me trouxeram até aqui, parece-me
suficiente. Isto, sem qualquer desconsideração pelos eventuais leitores, mas é
preciso não esticar os textos, sob pena de ninguém os ler.
Aproveito esta “apresentação”
para referir que, em separado, vou publicar, já de seguida, um post com uma carta que o Público editou
em 22 de Fevereiro passado.
Ainda bem que voltou a escrever! Em 30 anos, muita coisa ficou por dizer!! Força! A indignação é um óptimo motor de arranque.Bem vindo ao A Voz da Girafa.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu incentivo. Espero não desmerecer.
EliminarAproveito para deixar umas breves pinceladas, de congratulação pelo seu reencontro com a escrita! Embora, como sabe, muitas vezes discordante tanto no plano político, desportivo, religioso... (enfim, acho que raramente concordamos em alguma coisa :D), não é contudo sem consideração pela exímia expressão manuscrita que vorazmente manifesta, a qual desde já vincada e enfaticamente reconheço e registo. Espero vir a ficar "cliente"...
ResponderEliminarPS: fico apenas na expectativa que os textos não venham revistos por um qualquer (des)acordo ortográfico!
Abraço,
JS
Não esperava outra coisa de si. De qualquer modo, aqui fica o meu agradecimento.
EliminarQuanto ao (des)acordo ortográfico, pode ficar descansado. Só à força e, mesmo assim...
Abraço
Não esperava outra coisa de si. De qualquer modo, aqui fica o meu agradecimento.
EliminarQuanto ao (des)acordo ortográfico, pode ficar descansado. Só à força e, mesmo assim...
Abraço
Seja bem-vindo, para que eu possa aprender o que tem para ensinar, pois gostei da apresentação.
ResponderEliminar