Este lema da bandeira Brasileira não tem sido muito
respeitada no próprio País. Foi o positivista Augusto Comte que o inspirou no
século XIX. Aqui em Portugal, tem havido progresso, admitamos, desde a
sociedade fechada que existia no regime anterior. Muito desse progresso teria
sido inevitável, mesmo com a ditadura, pois tem origem tecnológica, mas
reconheçamos que sobretudo nas regiões do interior do País, as diferenças são
assinaláveis e positivas. Já no que se refere à Ordem, na minha opinião tem
sido um desastre. As forças civis mais radicais que se apoderaram do movimento
do MFA, desde o princípio que contestaram todo e qualquer resquício de
autoridade do Estado, afirmando-o sempre como "fascista". E não se
pense que essa autoridade contestada era só das forças policiais, conotadas com
o regime anterior. Com o tempo vieram a abranger toda a autoridade do Estado
democrático, seja ela dos tribunais, da polícia, dos militares ou dos próprios
Tribunais e dos Juízes. Mesmo já com a democracia implantada, o ex-Presidente
Soares ficou célebre por, em frente às câmaras de TV do País, ter enxotado com
desprezo um capitão da GNR que lhe fazia guarda pessoal. Foi uma grave afronta
para os militares e forças paramilitares, ainda hoje muito lembrada. Os
professores nas escolas, são outro grave exemplo de ausência de qualquer
autoridade sobre os alunos. Estes, um dia no mundo real, nas empresas, na
sociedade, serão as principais vítimas desta grave lacuna na sua formação. Com
o tempo Portugal pode degenerar numa anarquia. Tudo é contestado, tudo é
criticado, desde que se tente decidir algo que confronte algum interesse
privado. As decisões dos tribunais não são respeitadas, as polícias têm medo de
intervir. Prende-se um ex-PM, e os políticos a ele ligados recusam a autonomia
judicial e a separação de poderes afirmando que o processo é
"político". Chegará o dia em que perante esta desagregação, os que
antes eram contra o regime da ditadura, um dia desiludidos com esta
"democracia", venham a dizer, "haja quem mande", e depois,
adeus democracia.
OBS. Foi publicado no jornal "Público" na sua edição de 30/3/15.
A anarquia - pura e dura - é menos anarquia do que o estado actual em que o país se encontra.
ResponderEliminarCaro José, sinceramente, tenho dúvidas, mas respeito a sua opinião, como é óbvio...
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