Portugal,
um país de brandos costumes, foi e bem, um dos primeiros países do
mundo a abolir a pena de morte, e a fazer revoluções sem sangue e
com cravos. Felicidade para nós por tanto altruísmo. Fizeram-se
leis suficientes e ao seu tempo muito apropriada para cada caso, e
que muitas delas seriam eficazes. Não precisaríamos de mais leis
se as atuais se fizessem cumprir no seu espírito de verdade e luz de
justiça. Contudo, o tempo foi passando e chegamos à atual realidade
onde a impunidade e a falta de justiça impera em varias áreas,
criando instabilidade e insegurança ao comum dos cidadãos, assim
como aos estrangeiros que nos visitam ou até pretendem investir.
Lemos e
ouvimos todos os dias nas noticias, mortes de alguém por razões
intoleráveis(a morte de alguém por agressão é sempre
intolerável), presenciamos todos os dias e/ou até já fomos vitimas
de agressões físicas e verbais; pequenos e grandes roubos aos
cidadãos ou ao estado; pequenas e grandes fraudes fiscais ao cidadão
e ao estado e no seu todo ao país; pequenas e grandes fraudes
bancárias onde gente sem escrúpulos e sem palavra de honra usa e
abusa do dinheiro e da confiança neles depositada.
Por falta
de escrúpulos de quem julga, pela burocracia criada propositadamente
para dificultar a justeza e rapidez da justiça, ou omissões das
leis que condenam, a maioria continua à solta e impune e, quantas
vezes a usufruírem de regalias a que chamam direitos,
comparticipadas por quem paga impostos e que são muitas das vezes,
são os mesmos que foram lesados, agredidos ou prejudicados por estes
que reclamam direitos, e continuam em liberdade para repetirem as
suas façanhas.
Se calhar
ficou uma falha na lei ou no pensamento do legislador na altura da
abolição da pena de morte, onde se devesse explicitar bem
claramente que mesmo não havendo pena de morte, a justiça se faria
de igual modo célere, cega e eficaz, mesmo que para tal fosse
necessário recorrer a outras formas marcantes fisicamente, (o que já
não é ideia nova ou revolucionária porque já foi praticada neste
país no tempo do rei D. Pedro “o justiceiro”), que embora não
fossem de todo impeditivas de continuar a viver, de trabalhar para o
seu sustento e ser útil à sociedade e família, ficariam com a
marca ou como alerta constante na sua consciência dos erros
cometidos e mesmo assim da benevolência da sociedade, dos agredidos
e de quem julga, demonstrando que mesmo assim continuam a depositar
nele confiança na sua regeneração e na sua capacidade de trabalho
para o bem comum.
Nesta
perspectiva, não precisaríamos de tantas cadeias e muitas das vezes
ter prisões a abarrotar de gente. Mesmo estes, passam a ter
regalias que por vezes não teriam em liberdade como comida 3 a 4
vezes por dia e a horas, com direito a reclamar se não estiver do
seu agrado, cama e roupa lavada, televisão internet e telefones, e
principalmente muito tempo livre para planearem e comandar bandos no
exterior, congeminado estratégias de fuga ou, para quando saírem,
voltarem aos mesmos vícios e até a planos agora mais sofisticados.
Caso a
lógica de punição fosse outra, como já referi anteriormente,
ficaria mais barato ao estado, ou seja a todos nós. Deixava de haver
tantos gastos com cadeias e a sua manutenção, com alimentação e
higiene dos presos, com pessoal de segurança, com processos de
tribunais advogados e juízes, logo com mais dinheiro dos impostos
disponível para outras necessidades de desenvolvimento como o ensino
ou saúde, a natalidade, etc.
O país
estaria mais seguro e até mais solidário sem a mágoa dos agredidos
em saberem que mesmo depois da punição continuam a descontar
impostos para pagarem tribunais, justiça, pensões e outras regalias
daqueles que quantas vezes lhes tiraram tudo e até a razão de
viver.
Não se
julgue que por ventura seriamos um país de mutilados ou incapazes,
porque bastaria ter conhecimento do rigor da lei ou alguns exemplos
para que a transformação da mentalidade social, o respeito pelo
outros e pelo bem comum, e a sã convivência pudesse ser o valor
maior a preservar como princípio. Mesmo esses poucos cidadãos
marcados padreiam continuar a contribuir para o seu desenvolvimento e
o do país.
Penso que
tudo isto poderia ser um grande passo para manter a democracia
credível e confiável, porque esta passa por uma grande descrença
ou pelo menos e conforme a 1ª página do jornal de noticias de 20 de
setembro de 2012, 87% dos portugueses que foram inquiridos sentem uma
grade desilusão.
Não pode
haver democracia sem justiça firme, leal e em plano de igualdade
para todos, ou seja tanto para o magistrado que faz a lei, conhece a
lei e aplica a lei, como para o homem comum que não sabe, não
aplica, não conhece a lei a não ser a que resulta da moral, da
ética, do bom senso e da sã convivência com a sua comunidade.
Se todos
souberem, acreditarem com certeza absoluta que a lei se aplica justa
e de igual modo para todos, saberemos começar a viver em democracia,
ou seja a saber respeitar e cumprir cabalmente os deveres que cabem a
cada um na sociedade, porque só depois de cumprir os deveres nos é
permitidos exigiros direitos em igual percentagem. Como fazer:
-
Atualmente há uma preocupação imensa em proteger a identidade do
individuo faltoso e relega-se com extrema ligeireza a vitima para um
plano de esquecimento. Num pais com democracia não se pode
continuar a dar todas as benesses ou direitos a quem transgride, e
descuidar a vitima ou quem é lesado. Não podemos continuar a
pensar no respeito pelo agressor, quando este não teve respeito
nenhum pela vitima.
Cada
cidadão que transgride as leis e regras sociais, tem de saber que
será de facto punido pelos seus atos e de forma que as vitima e
toda a comunidade seja ressarcida por essa falta. Toda a população
tem o direito de saber quem é o agressor. Como diz o povo”quem
não quer ser lobo não lhe veste a pele”.Só assim passará a
haver um sentimento de justiça e rigor no cumprimento das regras
obrigando cada um a pensar antes de executar o seu ato, e que isso
lhe trará consequências.
Como já
referi anteriormente, as penas depois de devidamente reconhecidas
pelo tribunal, deveriam ser suficientemente persuasivas para
evitar o crime, infligindo até marcas físicas aos agressores de
forma a que este tivesse sempre presente a razão dessa marca. Se a
vitima fica para toda avida com marcas físicas e psicológicas
(como no caso da pedofilia), porque não o agressor ficar na mesma
medida com marcas físicas e psicológicas para toda a vida ,
representando a memória viva de algo que não devia ter feito ou
não deve repetir. Para tal, por que não fazer um referendo
nacional com duas perguntas claras de sim ou não. Ex:
*** Por
que não, o crime mais vulgar e revoltante do nosso tempo que é a
pedofilia, ser aplicada a pena de amputação do membro (pénis),
se essa foi a verdadeira arma do crime ?. (afinal não faz falta
nenhuma, porque o sexo feminino também não têm pénis!).
*** Por que não, quem usa a mão para matar usando
faca ou pistola não deve ficar sem a mão, porque foi essa a
verdadeira arma do crime ?
Na minha opinião estas duas questões poderiam ser o
fundamento de um alicerce a partir do qual se construíssem outras
leis de uma justiça mais justa.
Emídio Cunha
Um apelo à violência física, patrocinada pelo estado, é um disparate do mais elevado calibre, e que merece o meu veemente repúdio.
ResponderEliminar