Indignação com o passar de culpas e outros desmandos

Está cada vez mais na moda passar as culpas para os outros que nada fizeram para que tal tivesse acontecido.

Assim, temos o exemplo da corja que, espatifando todas as poupanças de quem confiadamente as depositou no BES, culpa agora os gestores de conta que venderam lixo aos fiéis clientes.

Neste sentido, de passar a culpa para terceiros, só vislumbro um ‘gestor de conta’ que, perante todo o país, vendeu gato por lebre aos portugueses: foi o senhor PR – Cavaco Silva -, quando afirmou com toda a sua convicção de que todos os cidadãos podiam confiar no BES, que era um banco seguro e secular.

Também sinto grande perplexidade com os doutos crânios que, vendendo Portugal ao retalho, atestam com toda a pompa e circunstância de que todo o investimento estrangeiro é bem-vindo: para encher os cofres saqueados da nação, e incrementar o aumento de postos de trabalho. Só que eu penso que tais investimentos só depauperam ainda mais a economia e a independência nacional, do mesmo modo que os eucaliptos mirram, secam e desertificam os solos onde estão plantados.

Por outro lado, a violência doméstica, que está a aumentar exponencialmente, não é causada e perpetrada somente dentro das quatro paredes dos lares por efeito endógeno. Por exogenia, a grande maioria da população é violentada todos os dias com os disparates, baboseiras, actos de desonra, assaltos, roubos e insultos, urdidos por muita má gente que tomou postos-chave da nação, a que muitos de nós servimos de degraus para terem atingido tais poderes, enquanto outros famosos de ‘boas-falas’ vertem decibéis de sofismas, em comentários que só favorecem a ‘máquina’ que nos está constantemente a enganar.

José Amaral