domingo, 8 de março de 2015

E Tempo?

Dia Internacional da Mulher... Ainda a ler a edição do 25º aniversário do PÚBLICO. Ai, esta falta de tempo da mulher «moderna»... também para ler o jornal! "Parar um segundo no último dia de Junho" - lê-se a páginas tantas num PÚBLICO com tantas páginas, sem número, sem preço. A mulher não tem tempo para parar...
O Tempo, tema escolhido pelo PÚBLICO para celebrar o seu quarto de século, deu (dá) «pano para mangas». E foi muito bem tratado, bem apanhado por todos os que colaboraram neste número, não obstante nos fugir como areia entre os dedos.
Passei algum tempo tentando folhear o PÚBLICO como se sugeria, como se de um flipbook se tratasse, procurando perceber o sentido dos desenhos de Álvaro Siza no canto das primeiras páginas.
Gostei de saber da existência desse «zero» que os leitores “nunca viram”.
Fiquei a pensar nesse dia de que falou o físico Vítor Gomes, um dia que não teve ontem! Como será isso?
Precisávamos disso às vezes. De recomeçar do zero, de reprogramar o relógio como nos aprouvesse! Parece que no último dia de Junho ou primeiro de Julho se vai atrasar o relógio um segundo!. Que diferença faz, ao comum dos mortais, um segundo?
Talvez Pedro Machado, o restaurador de relógios antigos, no seu Lugar do Tempo, Campo de Ourique, não pense assim. Segundos, são segundos!
Segundo a mais ou a menos, parece-me que não faz diferença a Olga, essa mulher do Marco de Canaveses que vive numa pequena casa sem luz, sem água, noutro mundo, noutro tempo…

Nesta edição não foram esquecidos aqueles que já perderam a conta às horas vividas e aos anos, mais de cem…. - Que maravilha!
E o tempo do trabalho, claro. Sim, há que defender o descanso dos que trabalham. É urgente “um horário que permita o descanso diário, semanal e anual , a dignidade do trabalho e do trabalhador” – este é um grande desafio neste séc. XXI!
E há também um Novo Banco onde não há dinheiro, nem cheques, nem cartões de crédito ou débito. Que ideia genial, essa de se criar um Banco do Tempo! Trocar sem dinheiro! O futuro ?
E houve também o «Tempo do Leitor» (quem dera termos mais destas grandes páginas com opiniões de leitores) e o «Neste tempo todo» de MEC : “O presente é o tempo mais delicioso. Não dar por ele (…) é o maior prazer (…) estarmos tão embrulhados no agora (…) só o tédio é um desperdício”.
Um desperdício de tempo.

Faltou, talvez, por falta de espaço e de tempo, o tempo do Eclesiastes: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Público (10-3-2015)

5 comentários:

  1. Um bonito texto, pleno de pistas para os significados do tempo.

    Parabéns Céu

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  2. Um texto muito bem conseguido onde se mistura a realidade com o sonho. O tempo passado é. O tempo futuro,é apenas esperança. O tempo, porque é incontável, é tudo e é infinito. O Público, ao inseri-lo hoje, percebeu a mensagem. Parabéns à autora.

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  3. É bom ter tempo e oportunidade de ler artigos com este teor.

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  4. É bom ter tempo e oportunidade de ler artigos com este teor.

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