Marcelo de Sousa, actual Presidente da República, é um vaidoso disfarçado. Nada do que faz, nenhum dos seus gestos, nenhuma braçada em águas paradas ou revoltas, são dadas sem terem sido bem reflectidas, desenhadas, ensaiadas na sala dos espelhos do seu ginásio onde se põe a desfilar e a projectar o populismo que entende provocar. Trabalha para o bronze e para a imagem que sabe lhe renderá continuidade na bolha populista. E fá-lo sabendo que com esperteza, o Zé pacóvio lhe oferecerá os ombros para o carregar até ao púlpito e à manutenção da cadeira de sonho e do poder. Ele, já o afirmamos, gosta de governar, e ser mais do que dois em um. Quer que as suas ideias, avisos, conselhos, propostas, ameaças, sejam atendidas, contempladas e satisfeitas. Tudo quanto faz, obedece a muito ensaio. Quando lança um comentário, já previu o seu efeito, e já tem outro na manga e no garganil, para ripostar se algo falhar ou for mal sucedido. Marcelo Rebelo, é um ex-jornalista e mais outros “ex-”, que gosta de ouvir gabar-lhe, que aprendeu e exercitou o verbo e a manha num tempo ido, e disso faz uso e proveito. Ele próprio se reforça, lembrando-nos que é inteligente, dorme pouco e tem memória de elefante. Pressiona de acordo com os acontecimentos e o momento mais a propósito em adversário fragilizado. Está em todas e sempre com apetite. Nunca está em casa, descansa q.b. e semeia por campos, vilas, bairros e cidades, a sua ambição camuflada de saber ser próximo, em falsa peregrinação. Não é tão sério quanto quer parecer. É um programador, agitador frenético por detrás de biombo fosco, e actor na base de tudo que suporta o espectáculo que o país observa. O seu palco, é um espaço onde possa actuar e apresentar os seus floreados que ornamentam, ruas, vielas, mesas de pedra e de sueca velha, apostador e presença de solidariedade, como engraxar sapatos na praça pública, afeitar-se em barbeiros tradicionais, praias e salões solenes. É um personagem que não dá ponto sem nó. Tudo é premeditado. Nada nele é improviso, um acaso. Ele é notícia à solta, nunca surpresa. Mas gostava de o ser e trabalha para isso, e para a próxima eleição e nomeação, que lhe dará a continuidade do protagonismo. Ele é um maduro muito trabalhado, que se julga mestre e sábio, indispensável, num país que ele sabe enxerga mal e vive através de um olho, mas que dá para o ver à distância nesta terra adiada. E é neste contexto, que um ou outro possuído de ambição, se perpetua no poder, com o apoio dos que julgam ver melhor e mais longe, agitando bandeirinhas!
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