terça-feira, 4 de dezembro de 2018


Ganha terreno o discurso do ódio...


Os principais líderes políticos espanhóis viam nas eleições na Andaluzia um teste para o país todo, que terá eleições gerais no próximo ano e, por isso, se aplicaram na campanha, “acampando” lá quase em permanência, com excepção de Pedro Sánchez que, tendo obrigações de Estado, o impediam de ajudar a candidata do partido quanto ela gostaria.

Votaram menos de metade dos eleitores e a situação ficou complicada porque a extrema-direita conseguiu um resultado muito para lá do que os próprios esperavam, ganhando 12 lugares quando apontavam para um ou dois; e isto é tanto mais espantoso quanto aquilo é mesmo lixo tóxico.

De facto, não escondem nada: exaltam o franquismo, que afirmam não ter sido ditadura nenhuma, querem acabar com as autonomias que, segundo a sua concepção, têm feito perigar a unidade de Espanha, querem revogar a “lei da memória histórica”, que foi desenhada para destapar os crimes do franquismo e reabilitar a memória das suas vítimas, querem expulsar imigrantes e refugiados, revogar a “lei contra a violência de género” – as mulheres existem para levar pancada dos homens... - e acabar com os partidos de esquerda que, para eles, é tudo um “bando de comunistas”, que Franco tinha derrotado.

Tiveram uma primeira vitória que, por enquanto, é simbólica mas já falam grosso e os restantes partidos da Direita já os convidaram para fazer parte de uma solução de governo na Andaluzia; e  tudo quanto é fascista por esse mundo fora os tem felicitado, restando agora na Europa apenas três países onde não há extrema-direita com assento parlamentar, que são Irlanda, Malta e Portugal...


Amândio G. Martins

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