segunda-feira, 10 de dezembro de 2018


Greves nos serviços públicos...


Subscrevo totalmente o que escreve o prof. Vital Moreira, no Dinheiro Vivo de 9 de dez., acerca da “selvajaria” que constituem as greves intermináveis a que vimos assistindo, de que transcrevo uma parte:

“Não existe nenhuma greve nos serviços públicos que não invoque a defesa dos próprios serviços. Os professores fazem greve para defender a escola pública; os médicos, enfermeiros e técnicos de saúde, para defender o SNS; os ferroviários e os trabalhadores do metro, para defender as respectivas empresas públicas; até os juízes que participam na ilegal greve judicial invocam em seu favor  a melhoria do serviço de justiça.

Mas é evidente que se trata de pura retórica. Em geral, as greves nesses serviços fazem o possível para causar os maiores danos aos utentes, que passam a reféns da luta sindical contra os governos. Ora, cada greve nesses serviços só serve para alienar mais utentes para os sistemas privados concorrentes. As frequentes greves nos serviços públicos, sobretudo quando afectam seriamente o seu funcionamento, fornecem um dos principais argumentos no sentido da sua privatização.

É notória a especial incidência das greves no sector público, mesmo quando existem serviços privados concorrentes, onde o tempo de trabalho é maior e a remuneração menor que no público, como são os casos do ensino e da saúde, sem falar na enorme diferença quanto à segurança no emprego. E estas greves no sector público alcançam mais resultados que no privado porque  os governos e gestores públicos são constrangidos a ceder para não agravar a situação dos utentes, mas greves bem sucedidas só atraem mais greves”...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Vital e C.ª sempre contra os mesmos... os trabalhadores. Não foi o neoliberalismo e as políticas de direita de PS, PSD e CDS que privatizaram tudo o que puderam e abriram as portas e janelas para que os privados avançassem em tudo onde pudessem obter lucros à custa de serviços sociais essenciais como a educação, saúde, transportes, água, recolha de resíduos sólidos, etc.? E não foram mais longe porque muitos portugueses se opuseram a tal, nomeadamente os trabalhadores. Claro que os trabalhadores têm também que defender os seus direitos, que o governo PS encara quase da mesma forma que o PSD.

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  2. Do que se lê de Vital Moreira, parece que o fenómeno do actual surto grevista se circunscreve ao sector público. No entanto, uma visão mais abrangente sinaliza bastantes empresas privadas também no foco. Segundo o Público de hoje, temos os estivadores e outros trabalhadores dos portos; duas empresas de segurança privada (Securitas e Prosegur); serviços de vigilância privada de hospitais; trabalhadores da hotelaria e restauração. Sem esquecer a Metro do Porto, através da concessionária privada ViaPorto. As “virtualidades” do sector privado, sempre capazes de evitar greves (como?), não serão, afinal, tão reais como isso.

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