sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Manuel Pinho: na AR não deve ter advogado!

Já não é a primeira vez. Ontem, o ex-ministro Manuel Pinho voltou a manifestar um desprezo profundo pela Assembleia da República (AR) e pelos deputados da Nação. Emudeceu provocatoriamente nas perguntas que os deputados lhe faziam, com advogado ao lado que o aconselhava como se estivessem num tribunal ou num interrogatório policial ou afim. Pergunto-me: mas por que diabo é autorizada a presença dum causídico activo ao lado dum inqurido políticamente na casa da democracia? Venham com todas as teorias mas, por favor, não se façam de espertos e a nós de tolos!

Fernando Cardoso Rodrigues

6 comentários:

  1. O seu texto, Dr. Fernando, deixou-me de boca aberta. É que qualquer pessoa tem o direito de se defender da forma que lhe pareça melhor, mesmo ficando calado quando isso lhe convier. Aquilo, de facto, não é um tribunal, é muitíssimo pior, com a sala cheia de "juízes" e acusadores e ninguém, ou muito pouca gente do seu lado; daí ter todo o cabimento a presença de um advogado para o auxiliar...

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    1. A sua estupecção é legítima, assim como aquilo que eu escrevi. Julgo que fui bem claro no título e no corpo de texto que lhe subjaz: foi na Asssembleia da República e num inquérito legítimo, feito por deputados de várias filiações políticas também legitimamente eleitos pelo povo e não "juízes acusadores". O que está a ser avaliado é do comportamento político dum ex-governante nas suas acções enquanto exercia as suas funções no cargo. Dar-lhe-ei inteira razão, Amândio, se o homem estivesse num dos sítios e situações que referi no meu texto seminal. Deixe.me juntar: então um homem não é capaz de responder pelo que fez politicamente ( mal ou bem), pelo que e como fez enquanto decidiu num governo? Mal iremos se cada um de nós for democraticamente inquirido nas acções políticas e sociais, na AR, tivesse que andar com....um advogado a tiracolo! O silêncio de Manuel Pinho, naquele local, é parte dum oxímoro: ouve-se demais.

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  2. Acho a atitude de Manuel Pinho, tão condenável como indefensável. Afinal o que é que ele foi fazer ao Parlamento?. Gozar com o pagode?. Quem não deve não teme. Se fosse um pobre-diabo, os deputados reagiriam da mesma forma?. Mas, também com deputados destes...

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    1. Os deputados podem ter muitos defeitos e têm-nos ( ver assinaturas sem presença efectiva,viagens-fantasm, etc) mas, neste caso, não me parece que haja nada de mau no seu comportamento. O mal estará a montante no regimento, lei ou seja lá o que for, que não exige que o inquirido seja obrigado a não se socorrer da presença dum advogado numa inquirição que nada tem de criminal ou penal mas é tão somente de índole político/governamental. Neste caso os deputados estão absolutamente correctos no seu desempenho como tal.

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    2. Acrescento que não me parece que um "pobre diabo" chegue a ministro. Ou se calhar chega ( sem o "pobre"...) como se vê com o Manuel Pinho....

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    3. Não é difícil acreditar que uma boa parte das leis são feitas por medida (como os vestidos da Laurinda). Não será este o caso.
      Penso que é mesmo uma questão de regulamento. O que não há dúvida, é que os deputados foram enxovalhados em sua própria casa. Acima da lei, há valores mais altos, como a ética, ou a dignidade.

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