JESUS CRISTO, 0 FILHO DO
HOMEM
Artigo
publicado no jornal Diário da Manhã do dia 18/12/18, de Goiânia, Goiás, Brasil.
Caderno opinião pública Pg. 6. Site do jornal:www,dm.com.br
Estamos no período das festas natalinas, quando se comemora o
advento do Cristo, cuja data convencional é 25 de dezembro, embora esta não
seja a do real nascimento que se deu na primavera ou verão, em noite estrelada,
com pastores em campos verdejantes e não no inverno que ocorre em final de ano
no Oriente Médio.
Seja como for, o
que importa é a lembrança da vinda desse grande avatar à Terra que, segundo o
apóstolo Paulo, é a própria “imagem visível do Deus invisível” (Colossenses 1:15), que marcou duas eras no calendário:
antes e depois de Cristo.
É hora de lembrarmos
a prática da fraternidade que nos legou, para, independentemente de credo
religioso, a construção de um mundo mais justo, humano e menos desigual se
tornar realidade, através da evolução espiritual das criaturas, que um dia
terão até uma estrutura física mais aperfeiçoada, numa geração genuinamente
humana tal como a do Filho do Homem, gerado e não feito: O protótipo da nova
humanidade nascida do Eros do amor e não da libido das paixões (concepção
bioplásmica de auras espirituais, segundo o filósofo e livre pensador cristão Huberto Rohden).
Transcrevo aqui um
poema que escrevi em Ubatuba SP (Brasil) no outono de 1993, vislumbrando a
geração futura, onde até a morte desaparecerá, como admite Paulo na primeira
carta aos cristãos de Corinto (cap. 15:55) reportando-se ao profeta Isaías.
NO ENCONTRO COM A LUZ
Que inveja tenho de uma brisa suave
levitando, inconsciente de qualquer
posse,
em eterna ida e volta,
a envolver a fragrância das flores
na carícia que não derruba pétalas.
E, dentro de mim, reminiscências
de um passado milenar falam de tufão
que despetala rosas,
na ânsia de tudo engolir
sem nada possuir.
Que maravilha o sereno impulso das
ondas mansas!
É um beijo azul-esverdeado, a repetir
serenamente,
colorindo a branca amplidão
de areias rejuvenescidas
no carinhoso alisamento das rugas.
E, nas profundezas de seu ser
paixões ainda não vencidas
lembram vagas impetuosas
que se quebram em rochedos longínquos
ou se lançam sobre virgens praias,
rasgando o areal.
“Bem aventurados os mansos, porque
possuirão a Terra.”
Eis o Sermão da Montanha
ressoando pelos confins do Universo,
como trombetas de luz
na alvorada do porvir.
Hoje, o mal transitório da violência
diz o contrário; amanhã, porem,
o definitivo bem descortinará os
fulgoros da nova era de paz, alegria e justiça,
com a real imortalidade vestida num
corpo-luz,
brilhando como astro na imensidão do
cosmos.
E quando eu for luz, ainda hei de ter
beijos, abraços
e algo mais, não como fogo de palha
que se esvoaça
ou como chama de paixões que acendem
desejos
geradores de outros desejos, no
círculo vicioso da insatisfação;
mas o calor da felicidade aquecendo,
para todo o sempre,
a frieza da vida, na ternura do afeto
imorredouro, a refletir o Amor sem adeus no círculo virtuoso do infinito.
Assim, Alma querida, um dia, não se
sabe quando,
talvez no final do milênio que vem
chegando,
não mais a tristonha produção mortal
do fruto doce- amargo da libidinosa “árvore do conhecimento do bem e do mal”,
mas a criação imortal do Eros humano,
no saboroso fruto
da “Árvore da vida” gerando, com
gravidez etérea e parto sem dores,
o filho do homem para uma nova
humanidade,
e aí então como sonhou o poeta Hermes
Fontes,
nosso Amor será tão sublime,
que DE TEU VENTRE NASCERÃO DEUSES.
Vivaldo Jorge
de Araújo, ex-professor de História e Língua Portuguesa do Lyceu de Goiânia, é
escritor e procurador de justiça aposentado do Ministério Público do Estado de
Goiás, no Brasil.
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