sábado, 29 de dezembro de 2018


“Un portugués de mierda”...


Um desses patrioteiros ridículos de meter dó, mas exibindo-se a dar lições a toda a gente, publicou na “Página do Leitor” do JN um texto a que chamou “Crónica da visita de um lusitano a Olivença”, no qual faz questão em demonstrar  ser  um sujeito completamente desprovido de boas maneiras.

Diz, a dado passo, a criatura, que assina Santos Pereira: “Cheguei a Olivença pelas zero horas e, no magnífico hotel de referência, obriguei o empregado a falar-me em português; de manhã, ao pequeno almoço, fiz o mesmo. Depois dirigi-me à igreja da Madalena, tendo sido recebido pela cicerone, que me interpelou com um sonoro “buenos dias”, tendo eu respondido com um “bom dia” em tom cavernoso; de seguida rumei à confeitaria Becerra, onde uma empregada pouco portuguesa tentou impor-me o seu castelhano, mas logo lhe perguntei se o patrão a não ensinava a falar português: respondeu-me de pronto na nossa língua. Boa!”.

O comentário que isto me desperta é que este pobre diabo, pretensioso e malcriado, teve sorte em não encontrar naqueles trabalhadores  alguém ao seu nível; de facto, como aqueles cidadãos espanhóis  não têm nada a ver com a situação de Olivença, ao verem-se tratados com modos de carroceiro poderiam perfeitamente pagar-lhe na mesma moeda e dizer: “Usted és un portugués de mierda”...


Amândio G. Martins

3 comentários:

  1. A última linha recordou-me o coronel Ramiro Bastos (António Fagundes) na segunda versão de "Gabriela", quando virado pró "bunda-mole" do filho: "députado di merda".

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  2. Quatro "ordens e todas "obedecidas"?! Tanta "farronca" fede a mentira...

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  3. Olá que tal, D. José; ainda tem pachorra para ver novelas? Não tenho nada contra, que fique claro; e se tivesse não adiantava nada...

    Como eram trabalhadores dos serviços por onde passou armado em senhorio, Dr. Fernando, é natural que o não tivessem contrariado, mas deixou por lá uma péssima imagem dos portugueses, digo eu...

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