quarta-feira, 26 de dezembro de 2018


Sociedades do desperdício...


Os números parecem tão inverosímeis que a gente só pode ficar de boca aberta e olhos arregalados; é que ver desperdiçadas sete milhões e setecentas mil toneladas de alimentos por ano, num montante calculado em 11 mil milhões de euros só em Espanha, país que, embora relativamernte abastado, também tem muita gente a passar carências, não é para menos.

Mas foi o que fiquei a saber pelo programa “Equipa de Investigação”, do canal televisivo espanhol “La Sexta”, que se propôs saber coisas acerca dos prazos de validade impostos aos mais diversos produtos de grande consumo, tendo sido recolhidos testemunhos credíveis que asseguram que grande parte desses produtos se mantêm em condições de poder ser consumidos por um prazo que vai muito para lá do que consta dos rótulos.

É claro que a pretensa defesa da saúde pública justifica muita coisa, tendo alguns laboratórios interrogados afirmado que aqueles prazos são, em muitos casos,  meramente indicativos; em todo o caso, dizem alguns analistas, aquela medida foi uma grande conquista e não deve ser minimizada.

Um jornalista inglês, que levantou o problema, chegou a demonstrar, comendo produtos com muitos meses para lá do prazo, que eles estavam em perfeitas condições de conservação, resultando o seu abate, por força dos prazos de validade, num indesculpável desperdício de bens alimentares que retirariam da fome muita gente por esse mundo fora, já que o exemplo apontado pode ser multiplicado por muitos...


Amândio G. Martins

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