O país encontra-se em clima de autêntica tensão social, com greves a sucederem-se umas às outras em diversas actividades profissionais. Poderia pensar-se que se trata da execução de uma táctica, por parte da esquerda, com vista ao ano eleitoral que se aproxima, mas, vai a ver-se, e, pelo menos no que toca à CGTP, sabe-se que não “tutela” muitos dos sindicatos promotores, como os dos estivadores ou dos enfermeiros, e que até considera que não é normal a intensidade e o prolongamento de várias das disputas laborais. Se quisermos encontrar a razão última de tal movimento, os caminhos apontam-nos a inefável e dúbia figura do ministro Centeno que, não por acaso, sucedeu no Eurogrupo ao famigerado Dijsselbloem. Vem, agora, apregoar-nos o pungente apelo a que tenhamos todos muita paciência até que as políticas que está a implementar dêem fruto. Tal e qual como, em passado recente, os governantes da época iam fazendo, e acabaram por “inventar” a geringonça. E como, provavelmente, fará Macron quando tiver coragem de vir explicar-se aos franceses. Já dizia Ulrich que o povo “ai aguenta, aguenta”. Até vestir o colete amarelo.
JN - 30.01.2019 (cortado dos três últimos períodos).
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