segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Há os que lutam toda a vida

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis


(Bertolt Brecht)

Precisamos de ti!

Aprende - lê nos olhos,
lê nos olhos - aprende
a ler jornais, aprende:
a verdade pensa
com a tua cabeça.

Faça perguntas sem medo
não te convenças sozinho
mas veja com teus olhos.
Se não descobriu por si
na verdade não descobriu.


Confere tudo ponto
por ponto - afinal
você faz parte de tudo,
também vai no barco,
"aí vai pagar o pato, vai
pegar no leme um dia.


Aponte o dedo, pergunta
que é isso? Como foi
parar aí? Por quê?
Você faz parte de tudo.


Aprende, não perde nada
das discussões, do silêncio.
Esteja sempre aprendendo
por nós e por você.


Você não será ouvinte
diante da discussão,
não será cogumelo
de sombras e bastidores,
não será cenário
para nossa ação


(Bertolt Brecht)

Curiosidades - Efeméride

Dia 30 de Setembro 1452 – Data da Bíblia
Foi nesta data que surge o primeiro livro A Bíblia de Gutenberg, a ser impresso e editado. Johannes Gutenberg nasceu em 1398, tendo vindo a falecer no dia 3 de Fevereiro de 1468.
Gutenberg foi um inventor e gráfico alemão. A sua invenção do tipo mecânico móvel para impressão começou a Revolução da Imprensa e é amplamente considerado o evento mais importante do período moderno. Teve um papel fundamental no desenvolvimento da Renascença, Reforma e na Revolução Científica e lançou as bases materiais para a moderna economia baseada no conhecimento e a disseminação da aprendizagem em massa.Gutenberg foi o primeiro no mundo a usar a impressão por tipos móveis, por volta de 1439, e o inventor global da prensa móvel.  Entre suas muitas contribuições para a impressão estão: a invenção de um processo de produção em massa de tipo móvel, a utilização de tinta a base de óleo e ainda a utilização de uma prensa de madeira similar à prensa de parafuso agrícola do período. Sua invenção verdadeiramente memorável foi a combinação desses elementos em um sistema prático que permitiu a produção em massa de livros impressos e que era economicamente rentável para gráficas e leitores. O método de Gutenberg para fazer tipos é tradicionalmente considerado ter incluído uma liga de tipo de metal e um molde manual para a confecção do tipo. O uso de tipos móveis foi um marcante aperfeiçoamento nos manuscritos, que era o método então existente de produção de livros na Europa, e na impressão em blocos de madeira, revolucionando o modo de fazer livros na Europa. A tecnologia de impressão de Gutenberg espalhou-se rapidamente por toda a Europa e mais tarde pelo mundo.
Sua obra maior, a Bíblia de Gutenberg (também conhecida como a Bíblia de 42 linhas), foi aclamada pela sua alta estética e qualidade técnica.


domingo, 29 de setembro de 2013

A ver vamos


Perante os resultados finais das eleições autárquicas que ora terminaram, os quais foram um autêntico fiasco para os partidos da maioria que alimenta o actual governo, alguns palradores, chamados às pantalhas televisivas para interpretarem esses mesmos resultados a que alguns comentadores colavam à actual mancha legislativa, disseram, tal como La Palice, que não se podem confundir resultados autárquicos aos legislativos.

No entanto, qualquer vulgar de Lineu sabe que o actual governo e os partidos que o sustém tiveram um enorme revés eleitoral, difícil de engolir em seco.

Assim, não me admira nada que os derrotados de hoje, que ainda estão no Poder na condução desaustinada das rédeas de todas as directrizes nacionais, venham novamente castigar o povo, como já vinham ameaçando, obrigando-o a aceitar um novo resgate, para satisfação das suas inconfessáveis manobras de bastidores, criando ainda mais gravosas assimetrias sociais, que só beneficiam os poderosos e amigos, e empobrece e humilha Portugal.

 

José Amaral

 

Rui Costa campeão do mundo de ciclismo

Rui Costa sagra-se campeão mundial em Florença
Hoje em Florença (Itália), mais um feito glorioso para o desporto português, mais propriamente para  o ciclismo, que através de Rui Costa, que se sagrou neste domingo, campeão mundial, ao vencer o Mundial de Estrada, naquela cidade italiana, alcançando a maior conquista para a história do ciclismo português. Com este feito, alcançado no ciclismo, junta-se a outro grande nome na modalidade, Sérgio Paulinho, vencedor da medalha de prata, nos jogos Olímpicos de Verão Atenas 2004. Passando a ser os maiores feitos nesta modalidade.O ciclista português Rui Costa alcançou neste domingo o maior feito da história da modalidade em Portugal, ao sagrar-se campeão mundial de estrada, em Florença, depois de ter batido ao "sprint" o espanhol Joaquin Rodríguez. Após ter deixado para trás nomes como Chris Froome (vencedor do "Tour"), Bradley Wiggins (campeão olímpico), Peter Sagan, Alejandro Valverde, Alberto Contador, Phillipe Gilbert e Vincenzo Nibali, entre outros, o ciclista português completou o percurso de 272.26km em 7:25.43 horas. Rui Costa, o primeiro português da história a vestir a camisola arco-íris, volta a cotar-se como um dos melhores ciclistas mundiais da atualidade, depois do "bi" na Volta à Suíça (2012 e 2013) e de duas etapas conquistadas no "Tour" de 2013.O ciclista da Movistar vai, na próxima temporada, ingressar na Lampre-Merida, ele que em 2012, em Valkengurg, tinha registado o 11.º lugar nos Mundiais de estrada, na altura, também, a melhor marca de sempre de um português.

Mário da Silva Jesus
(Texto baseado na peça publicada no D.N. de 29/09/2013)




Os dinossauros não ganhando, que farão?


Os dinossauros não ganhando, que farão?

Como é evidente a eternização dos políticos na política neste nosso País tem feito com que desde há quase 40 anos, os mesmos andem sempre “por aí”. Vão às autarquias, vão aos governos, vão à direcções disto e daquilo, vão também ou não a empresas não públicas e a públicas, voltam e andam sempre “aí”.

Uns, desde que os conhecemos, nada mais fizeram que ser políticos de profissão. Tudo “isto” tem feito com que a cada dia que passa, melhor se entenda que o mundo dos partidos políticos instituídos é um mundo à parte, do restante. Começa-se ainda em calções, segue-se as ordens do chefe do momento e vai-se subindo, subindo até não poucas vezes chegar a chefe, também. Mas pelo meio desde que seguindo a linha pré-definida, há muito onde ficar instalado. Basta ver!

E pelos vistos sendo o tal mundo à parte não é nada desagradável, uma vez que os que por lá andam não querem sair de maneira nenhuma. Basta ver! Mesmo mudando de terriola!

Viu-se uma vez mais com estas confusões – ou nem por isso – das quatro candidaturas às autárquicas. Se, pela parte dos partidos/movimentos, todos, em devido tempo sem execpções, tivesse havido - em devido tempo - vontade de bem esclarecer a situação, tê-lo-iam feito. Não quiseram, não fizeram, e pode-se ser eternamente candidato, três vezes num lado, vai a outra, volta e assim, sucessivamente.

E aparecem bem assinalados e sempre presentes, o que se apelidou de dinossauros. Os que estão lá faz tempo demasiado. Os que seguiram o caminho dos eternizados na política. E nota-se que, quando por um qualquer azar saem ou caem, ficam mal. Ficam tristes e parece que abandonados. Aparecem de repente a comentadores – sem nunca o ter sido - aparecem em todo o lado. Não conseguem desaparecer. Estão eternizados na política, pela política e com a política. Querem ser figuras “públicas/presentes/para sempre!”

E o benefício é sempre deles, e o azar é sempre nosso, mais que não seja por se ter criado, talvez com algum fundamento, ou talvez não , a ideia de que quando lá estão tempo de mais criam redes de influências e de amizades – de momento, que morrem quando se perdem, e não têm mais a dar em troca – que não são nada benéficas para o nosso País.

Claro que não se vislumbra como mudar, dado que todos, todos, convêm repetir e insistir partidos/movimentos continuam e continuarão – para, estes, continuarem a existir – a funcionar exactamete na mesma. E tudo o resto é conversa. Só conversa.

E, como os tais dinossauros, os tais que não deixam os lugares, os tais que “andam sempre por aí” ao que parece – para além de terem ganho a possibilidade de continuar eternizados/ candidatos – vão poder ganhar, mas, e se não acontecer? Se perderem, o que vão fazer no dia seguinte, depois de sempre por lá andarem e de lá não quererem sair?

Quem responde?

Augusto Küttner de Magalhães

Setembro 2013

 

O que não aconteceu nestas autárquicas?


O que não aconteceu nestas autárquicas?

Estas autárquicas foram uma forma de os principais partidos políticos continuarem a digladiar-se em vez de mostrar, que o não faziam. Tornaram-se, em vez de momentos em que cada candidato a cada autarquia - que a nível de Camaras continuam a ser o dobro do que deveriam ter que ser- deveriam saber e querer explicar-nos o que iriam construir – com pouco dinheiro – sem ser rotundas com muita tralha dentro, foram, antes, momentos de dizer quem é mais alto, ou mais baixo, ou mais atraente, ou não político de serviço imortalizado, como o outro.

Não se quiserem instituir tempos, que não são necessários de televisão, já chegam os excessivos em que o chefe de cada Partido foi às diversas localidades, dizer mal do chefe do outro partido. Teria sido necessário cada candidato falar de si e por si, quanto ao que iria ter que fazer na sua localidade a nível de transportes, água, luz, escolas, habitação e emprego. Teria que ser cada um a dizer como fazer muito, com pouco. A dar ideias construtivas para o poder local, de facto ser um “poder com poder”.

Bem, nada disso foi feito. E perdeu-se tempo a dizer mal uns dos outros, algo em que estamos peritos. Somos tão bons no maldizer! A falar de défice do País, dos estafermos da troika, que andam lá pela Capital do Império, às ordens da Sra. Merkel, que como era de esperar, continua a mandar.

E andaram todos – candidatos e recandidatos - no disse que disse, e não devera ter dito. E não esquecer os partidos que não quiseram os que já lá estavam, alguns até a fazer bom trabalho e ainda não dinossauros - antes encaixaram os necessários “meter “, os da conveniência do chefe do partido do momento. E não os melhores para o lugar e autarquia! E ficaram sempre mal no retrato os Partidos, quando a democracia com eles se constrói, aqui se destrói. E o poder local nada ganhou com esta trapalhada. Nem o País, nem os partidos, nem a democracia.

E depois das eleições, ganhe quem ganhar em cada localidade, pouco para melhor vai mudar, tudo vai na mesma continuar, com o défice e a divida sem solução, apesar de nestas autárquicas ter sido o centro da discussão.

Os “lá de fora” que até nos emprestam dinheiro, a assumirem-nos cada vez mais doidos, e nós os “cá de baixo” a viver pior a cada dia que passa, uma vez que os “lá de cima” estão a não saber, faz tempo de mais, fazer o que deveria ter que ser feito. E se calhar seria bem aconselhável – mas não realizável - irem-se todos - esses - embora e dar lugar a cabeças mais arejadas e mais interessadas no País, nas Populações, e nas Localidades.

Augusto Küttner de Magalhães

Setembro de 2013

Votar pela negativa. Autárquicas 2013.


Votar pela negativa. Autárquicas 2013.

Não se esperava uma campanha eleitoral autárquica. com grandes planos de trabalho para os próximos 4 anos, mas também não se esperaria que fosse tão sem conteúdo, como foi. É ao que chegamos!

Ou seja, não foram apresentados quaisquer – mínimos – planos de trabalho, foi um tal de mal dizer, de uns e de outros, e destes contra aqueles, que os projectos para um futuro menos difícil do que aquele que está troikamente anunciado, não existiram. Nada de nada.

Sendo que, mesmo assim se gastaram rios de dinheiro – que em outras áreas tanta falta nos faz e os troikanos a ver, como desbaratamos dinheiro, armados em ricos! - em papelada, cartazes e folclores, que ainda é mais que vergonhoso, num tempo em que nos espremem ao cêntimo, e não vão querer ficar por aqui.

Por outro lado, todos os partidos/ movimentos instalados fizeram os possíveis e impossíveis por se colarem – conforme o jeito – à política central – e isto deveria ser local! - delirando contra ou a favor do défice, da troika, do OE 2014, do TC, e nem nesses temas souberam colocar - ninguém, nenhum – alternativas viáveis num País em atrofiamento ao minuto, e dependente do dinheiro que “vem lá de fora”. Por muito que nos custe é a verdade, dolorosa, destes tempos, e deste nosso pobre País!

Entretanto, dá a impressão – por certo errada! – que maioritariamente não havendo ligações próximas a qualquer candidato, vai-se ter que votar pela negativa. Negando algum e votando em algum!

Assim, votaremos no mal menor, e votaremos “naquele”, por ser completamente impensável votar naqueloutro, por não ter sabido defender uma, uma só, ideia para um futuro menos mau, para a nossa autarquia.

E tantos dos supostos “independentes” – que pareciam fazer a mudança para novos futuros Partidos viáveis – conseguiram fazer-se rodear de dependentes dos que antes já lá estavam, se os próprios não eram já dependentes. E fica tudo agarrado ao lugar, de qualquer forma lá possa chegar, ou é então em alternância e alternativa, é um dinossauro.

Sem dúvida que a nossa democracia está muito doente e o País e a População precisavam de melhor Gente!

Augusto Küttner de Magalhães

Setembro de 2013

Atleta português vence ultramaratona na Grécia


João Oliveira vence ultramaratona Spartathlon
O português João Oliveira venceu neste sábado a ultramaratona Spartathlon, na Grécia, cumprindo os 245,3 quilómetros do percurso e 23 horas, 29 minutos e oito segundos.
A atleta, de 36 anos, tinha como melhor resultado na prova helénica um quarto lugar em 2010, com um tempo de 27 horas e 22 minutos.
Atrás de João Oliveira ficaram os alemães Florian Reus (25:29.54 horas) e Stu Thoms (25:54.49), vencedor em 2012, enquanto a húngara Szilvia Lubics venceu a prova feminina, em 28:03.04, sendo 12.ª na geral.
A Spartathlon evoca o percurso feito por Pheidippides, um mensageiro ateniense enviado a Esparta em 490 AC para pedir ajuda contra os persas na Batalha de Maratona.
Esta é uma das mais duras ultramaratonas do mundo, com os corredores a passarem por vinhas ou olivais, tendo na subida e descida dos 1.200 metros do monte Parthenio o principal obstáculo.

(DN de:28/09/2013)

sábado, 28 de setembro de 2013

o caso rui machete e a política de antigamente

Não quero (nem sou muito propenso a tal) arrogar uma atitude clássica do antigamente é que era bom. Mas é voz comum que atualmente os políticos não se regem, como condição fundacional da sua ação, pela idoneidade. Este governo tem sido, a este respeito, fértil em casos. Três exemplos apenas (e são muitos) gritantes: Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque e Rui Machete. Todos conhecemos as irrevogáveis sombras que os perseguem. E estas (as sombras) possuem uma caraterística comum a todos: a mentira.
Atentemos somente Rui Machete. Omitiu, apropriadamente, no seu currículo, a passagem pela SLN. Depois, substituiu semanticamente o verbo mentir pela engraçada expressão "incorreção factual", para agora lhe chamar "erro involuntário". Perante isto, como devemos nós, portugueses desta república, apelidar o sr. Rui Machete? Aldrabão? Incorretor factual? Involuntário no erro? É só escolher. Não seria, porém, necessária toda esta novela se o sr. Machete houvesse tido a única atitude digna que um ministro poderia tomar perante estes acontecimentos: a demissão. Mas a demissão a sério, e não como a brincadeira que o sr. Portas lançou (e alcançou) no início do verão. Apetece-me aduzir, para acabar, a cansada expressão: antigamente era assim que se fazia.

Posso incendiar o governo?

Começo por prestar a minha homenagem a todos os Bombeiros vítimas dos incêndios e a minha solidariedade aos seus familiares, pelas suas perdas humanas neste momento de dor.

Aproveito para saudar e agradecer a todos os Bombeiros Portugueses pelos serviços que prestam á comunidade e que são tão mal reconhecidos pelos Desgovernantes, impostores, incompetentes, que só nestas alturas aparecem nos incêndios de fato e gravata, numa autêntica atitude de hipocrisia, colocam o pais neste estado de saque e atiram os bombeiros para a morte. Estes senhores, maus governantes, devem ser julgados pelas suas políticas de terra queimada, dado os seus planos de governação e incúria governamental.

Porque é que o governo tem 7oo milhões de euros para comprar dois submarinos e não TEM METADE dessa verba para comprar uma dezena de aviões CANNDAIR?

Porque é que o governo autorizou as Forças Armadas a encomendarem novos helicópteros, sem adaptá-los ao combate de incêndios, pode o país dar-se a esse luxo?

Este Desgoverno, não faz o que promete, não faz o que devia fazer e desfaz as promessas que fez, e, nem sequer têm um plano de política de prevenção.

Porque não alteram o Código Penal nos crimes de fogo, porque não aumentam a vigilância nas florestas, porque não legislam sobre a prevenção e limpeza das matas, porque não apoiam mais os BOMBEIROS PORUGUESES com medidas eficazes, não basta nas televisões e jornais, mostrar solidariedade para com os bombeiros, são precisas medidas, além daquelas que atras menciono, como:

- Aumentar o salário dos bombeiros, um seguro de vida para os bombeiros, um subsídio de risco para os bombeiros que combatam os incêndios e uma contribuição anual do governo para cada instituição de bombeiros.

Estes senhores Desgovernantes, dêem as voltas que quiserem, com as suas promiscuidades, falta de ética e moral a todos os títulos lamentável, inqualificável de incúria, que delapidam os nossos recursos, num terreno fértil para se propagandearem, mas esses senhores Desgovernantes não têm princípios, que o mesmo é dizes, não têm caracter.

Uma sociedade que não é capaz de ter um PLANO e zelar pelo AMBIENTE, pela SAUDE, pela CULTIRA, não é uma sociedade saudável e justa, é uma sociedade doente, mal governada

É UMA SOCIEDADE SEM FUTURO, É UMA SOCIEDADE CRUEL.

A Democracia, alias como qualquer outro sistema, é apenas o anseio de governar BEM PARA TODOS, mas estes senhores governantes praticam o contrário, é um desgoverno total e que está à vista de todos.

Parafraseando já MILTON FRIEDMAN “as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar”

JORGE CARVALHO
Senhora da Hora

 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A Democracia é a Paz


É muito raro ir ao teatro...
Mas ontem fui com os meus alunos assitir a Os Negócios do Senhor Júlio César de B. Brecht.
Muito bom.
A escrita estava muito presente, projectando-se excertos e pequenas frases do texto traduzido por António Ramos Rosa, que nos deixou na passada terça-feira.
"Maravilhosos dias de Outono" e, no fim da peça, no discurso aos «romanos», a frase "A democracia é a paz" ou "os romanos têm que fazer a sua própria política"... ficarão na minha memória.
Vale a pena assistir a este espectáculo até 29 deste mês no TNSJ, no Porto. 

Livrinho em português, made in China


Livrinho em português, made in China

A nossa quase total desindustrialização, leva-nos ao extremo de haver à venda “cá”, livrinhos em português de folhas duras para crianças a partir de ano e meio, made in China. Têm umas figuras e meia dúzia de palavras em português. E são de capa dura para as crianças verem, e aprenderem e trincarem (ou não!)!

Ou seja, algo tão simples, barato e sustentador de indústria interna com alguma possibilidade de exportação, já foi para Oriente.

Depois ficamos espantados por “cá” não termos indústrias, não sabermos criar empregos e consequente riqueza. E falamos muito dizemos mal sempre dos anteriores e fazemos o mesmo sempre, com mais dos mesmos!

Sendo que a China foi agarrando tudo, tudo o que achámos não ser digno de continuar a ser feito por nós, foi tudo fazendo, e agora estamos sem nada e deles dependentes. Pelo meio temos os alemães - raça pura! - , mas isso é ainda mais complicado!!

Este exemplo - os livrinhos - é demasiado rudimentar mas suficientemente grave.

Do mais simples ao mais elaborado fomos deixando tudo ir passando para Oriente - China, India, Taiwan – e como não quisemos ou não soubemos substituir o que perdemos, andamos “aos papéis”. Já nem estes livrinhos em português, fazemos.

Claro que “isto” foi um mal Ocidental, toda a Europa e os EUA fizeram do mesmo, mas alguns países - a raça superior! - deixaram-se ficar com alguma coisa, veja-se a Alemanha, com Mercedes e não só! – e não vão largar nem que para tal continuem – como já fazem - a negociar directamente com a China! E o resto da Europa, excepto a Áustria que se afoguem.

E como a China já se está a habituar a ter e gastar dinheiro, vai empurrando algumas destas miudezas para o Vietname, onde hoje, a mão-de-obra está mais barata que a chinesa. Mas a China tem dinheiro e muito, e nós não! Nada guardámos, nada investimos, à séria!

Talvez ainda estejamos a tempo de recuperar” tempo!, quer voltando – concorrencialmente - a fazer “cá” o que deixámos de fazer, quer fazendo outras coisas. Mantendo – claro - têxtil e calçado de qualidade e apostando em novas tecnologias. Fazendo, fazendo, fazendo!

E arriscando, talvez todo o Sul da Europa, até meio de França e com quem connosco alinhar, em “comerciar” directamente com a China, Japão, India, Brasil, EUA, e que se lixe a Alemanha e a Áustria. Claro que o Mercedes é bom, mas podemos ter que ir para o Dacia – mas é francês, não tão vistoso, mas!! Mas, continuaremos a andar de carro. Mais barato e feito a Sul!

E em vez de a China nos levar tudo, de livrinhos para crianças à EDP e REN, serem feitos por eles e não só, investimentos cá, de facto produtivos e nós ajudarmos a fazer progredi-los.

E talvez os livrinhos para crianças de ano e meio, possam ser cá feitos – para lucro nosso, mas também prestigio! - para toda a Europa do Sul e Brasil, e não só! E os turistas chineses e não só poderem cá vir, em força, e a todo o Sul da Europa, não só “ao” Portugal!

Mas temos que mudar muito – sem deixarmos de ser “nós!”. É verdade, passarmos a ser pontuais, a esquecer o desenrascar, a ser organizados e programados, e esquecer o fado de tristezas passadas, e abrir à globalização, mas com mais economia e menos finança e até livrinhos para criança! Melhorar, melhorar, melhorar!

Augusto Küttner de Magalhães

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Eis as últimas

Num só jornal diário dei comigo a interrogar-me sobre as seguintes notícias: 1 – no dia 26/9 foi celebrado na EU o ‘dia do ex-fumador’.
E por que não o ‘dia do ex-devedor’?
Bom seria que Portugal, num prazo muito curto, entrasse para o topo de tal dia.
2 – ‘bilhetes a 300 € para o concerto dos One Direction a ter lugar no Estádio do Dragão, em Julho de 2014, com 60% da lotação já esgotada, após filas gigantes para adquirir ingressos’, foi o que me indignou ou me deixou perplexo, por (eu) defender os pobres, os coitados, os desprotegidos e outros foragidos desta maldita crise (qual crise?), que se instalou no país, aonde já não se consegue discernir o que é certo ou errado, ou o que é supérfluo ou fundamental.
3 – ‘PSD acusa PS de ter derrubado o país’, segundo Marco António, que não o da Cleópatra, agora porta-voz do PSD.
De facto, o PS contribui substancialmente para a nossa perdição colectiva, mas o PSD com a muleta democrata-cristã também tem praticado um clima de terra queimada em que só os descamisados e os que ainda a tinham é que foram e continuam a ser chamados a pagar o que não contraíram neste Portugal amordaçado e manietado perante um capital cada vez mais feroz e desumano.
4 – ‘Machete disponível para esclarecimento na AR, acerca da ligação (perigosa) à SLN (uma dourada coutada do PSD) ‘.
E para quê esclarecer o que há muito já está mais que esclarecido?
Então, ainda agora não nos foi dito que a Economia Paralela e Corrupta atingiu índices criminosos nunca vistos (44 mil milhões de euros)?
5 – E, por último, pousei as pestanas no título ‘Fundo de Pensões que vale 4 mil milhões de euros poderá ser usado para afastar novo resgate’.
Esta medida nem ao diabo lembrou, mas famigerados economistas e desprezíveis financeiros como todos os destemperados que tal alvitraram conseguem tapar o sol com a peneira, jogando com o nosso dinheiro de fim de vida, o qual deveria estar a bom recato e não ao alcance do bandido ou dos falsários que hipotecaram Portugal, entregando o último pecúlio dos reformados e pensionistas como moeda de troca das asneiras que continuadamente vão fazendo.
Última hora: acabo de ouvir que as autoridades portuguesas não conseguem encontrar o agora foragido Oliveira e Costa, o qual, com termo de identidade e residência terá ido em demanda de outras paragens mais propícias a pessoas do seu quilate.

José Amaral


Embaixador desinformado

O DN publicou uma entrevista com o Embaixador de Portugal na Alemanha (23/09 do p.p.), que disse:« (...) podemos ser o caso de sucesso que a Alemanha precisa. Podemos construir essa história de sucesso no sul da Europa»(!) Qual sucesso? Só se for como laboratório experimental de quase 10 milhões de ratinhos, já com resultados catastróficos no esmagamento do Povo.
A reeleição de Merkel não trará novidade para os países do sul, como Portugal, mas ainda mais “ajustamentos”, leia-se austeridades e demolição do Estado social. Vemos como estão a assassinar a Grécia. No meu Amado País a situação tem contornos semelhantes. O sr. Embaixador está fora e anda muito mal informado do que se passa por cá. Fazia-lhe falta (sobre)viver com o salário minimíssimo nacional ou sem qualquer prestação social, como centenas de milhar de concidadãos nossos, que nem uma côdea têm para comer...No mesmo dia, ao DN, o Embaixador alemão em Lisboa tem opinião contrária:« A estratégia de consolidação orçamental seguida em Portugal teve grande taxa de desemprego e perda de poder de compra para muita gente» O poder europeu
dimana de Merkel que está a colocar centenas de milhar de portugueses a sofrer com o desemprego; a pobreza; os salários em significativa redução; economia interna a desaparecer e retração no consumo, tudo isto gerando suicídio exponencial. Optou-se por uma economia de exportação concorrendo com salários de escravatura asiática. A estratégia da nova czarina alemã é tornar a Europa uma grande Alemanha, onde aos portugueses cabe um papel de mão-de-obra a preços de saldo acentuados... Com a crise a Europa alemã teve um lucro de 42 mil milhões de euros!! Obsceno, é ajectivo benevolente para classificar esta infame ladroagem! O brilhante escritor Teixeira de Pascoaes dizia:” A Pátria anda tacteando no caos» que é como se revelam os actuais dias, de chumbo. Cinco anos de políticas de austeridade arrasaram o sul da Europa. “ A Alemanha tem saído vitoriosa desta guerra do dinheiro e do desprezo pelos mais fracos, conseguindo nas secretarias, o que não obteve em duas guerras mundiais por si desencadeadas”, escreveu, com desassombro, coragem e lucidez o maior e melhor Jornalista português vivo, Baptista-Bastos. Tudo é feito em nome dos interesses da Alemanha.
Vai continuar a ser. Até quando? Arrisco a dizer, até nós querermos...
 
Vítor Colaço Santos

Cortarão nos ministros e assessores?

 
Dizem que só se salvará o nosso País de forem cortados os vencimentos dos funcionários públicos e as pensões da CGA. Muito bem: e os vencimentos dos ministros, subsecretários, adjuntos e assessores e “especialistas” irão também ser cortados? Não serão estes também funcionários públicos?
Por outro lado, todos os dias somos informados dos luxuosos carros distribuídos a entidades públicas, das nomeações para cargos públicos, com categoria de especialistas, de jovens acabados de formar muitos com boas remunerações: também vão cortar nestes?
E os ministros também vão ter cortes de 10% nas suas remunerações e o Palácio de Belém irá ter contenção de despesas e o bar/restaurante da Assembleia da República vai continuar a ter um preçário subsidiado que o torna um luxo a preços de cantinas de bairro?
Mesmo que muitas destas afirmações que circulam na net possam ser mentiras é fácil acreditar nelas pois muitos governantes, mesmo inquiridos em directo, umas vezes dizem uma coisa e noutra altura dizem o contrário.
A única certeza neste momento é que a Vida está muito difícil e não se vê uma luz de esperança. Mesmo assim, não vou desistir e estarei presente em todas as contestações!
 
Maria Clotilde Moreira

Dois em um



Após os graves incidentes protagonizados pelo concidadão Jorge Jesus no final de um jogo de futebol no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, os ‘invisuais’ delegados ao jogo, bem como os ‘cegos’ árbitros, nada assinalaram de anormal.
Esta caricata situação invisível para os responsáveis ao jogo faz-me lembrar haver um tsunami e ninguém se lembrar de nada.
Até parece que as imagens difundidas pelos canais televisivos foram forjadas para uma qualquer situação de ficção.

No que resta do que foi o pujante e dinamizador Complexo Industrial do Cachão, uma curiosa e estranha ignição provocou um grande incêndio numa lixeira plástica e outros detritos, deixando os habitantes locais à beira de um verdadeiro ataque de nervos e de asma. E o caso não foi para menos.
A poluição foi tanta que eu, na minha terra natal, em Vila Seca, de Armamar, encontrei o meu automóvel pejado de mortiças faúlhas, vindas pelos ares a bastantes quilómetros de tal epicentro poluidor.

José Amaral

Impunidade


Uma das características da sociedade portuguesa é a impunidade com certas pessoas passam por situações que a própria lei define como crimes. Recentemente surgiu o caso Jorge Jesus e a sua agressão a agentes da polícia. Li que o seu presidente advoga que o treinador não sabia que eram agentes policiais. Portanto não pode ser incriminado. Fui ver a fotografia no "Público" e lá vejo Jesus embrulhado no meio de uns senhores com coletes a dizem em letras bem grandes POLÍCIA. Não viu. Podíamos acrescentar mais casos, uns recentes e outros mais antigos. Rui Machete e as mentiras sobre a sua relação com o BPN. A Ministra das Finanças e as suas mentiras sobre os Swaps. Dias Loureiro e o BPN mais uma vez. Domingos Névoa e o caso Bragaparques. O psiquiatra acusado de violação de paciente. O caso Crivelli. Os documentos destruídos nas Finanças para não se descobrir o podre do Bloco Central. Etc. Etc. As justificações que se ouvem variam muito. Desde o não vi ao não sabia passando pelo não é da minha responsabilidade ou se errei, errei foi de boa fé.. Enfim, alegam-se as mais criativas justificações. Num país decente e com a Justiça a funcionar as coisas não se passariam assim, decididamente. Mas não. Impunidade é a lei, para alguns claro.

“A Crise, a Família e a Crise da Família” de Mónica Leal da Silva


“A Crise, a Família e a Crise da Família” de Mónica Leal da Silva

Mais um interessante e necessário Ensaio escrito por Mónica Leal da Silva para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, a dever por todos ser lido, e fazer pensar: “ uma reflexão ética sobre a família e o trabalho”.

Ficam aqui e agora algumas frases para aguçar a apetência à leitura de “A Crise, a Família e a Crise da Família”:

- A crise da família não ajuda a sobreviver à crise.

- ….só uma esquerda muito simplista pode resumir o aborto ao direito da mulher ao seu corpo.

- O aborto é um péssimo metido contraceptivo….

- Este texto é uma defesa da família como rede social insubstituível….

- ….não me parecia evidente que ter filhos fosse sinal de atraso de uma geração que já tinha a pilula.

- …o projecto de educar os filhos não tem de ser da mãe, dois educam melhor que um…

- …os ( cada vez mais) homens que escolhem ser pais são cada vez mais competentes e responsáveis.

- O Estado deve…continuar a garantir o acesso de todos à saúde e à educação…natalidade…família.

- Ainda bem que há muitas famílias em que ambos os pais têm carreiras bem-sucedidas e famílias alargadas que os apoiam…há também bons infantários e boas escolas com horários longos….

- Todos somos poucos para ajudar a que uma criança cresça segura, saudável, com oportunidades e feliz.

- Ninguém que carregar ninguém nem ser fardo para ninguém.

- A desumanização dos velhos é, como a violência domestica, transversal à sociedade….

- ….testamento vital…

- ….mal disfarçado horror aos velhos e à velhice…

- …lar…

- Não queremos ser vistos pelos nossos filhos e pelos nossos netos na nossa enfermidade e na nudez da nossa condição.

- ….apagar da história as crianças e os mais velhos…..

- Os professores têm de ensinar, os pais têm de educar…

- …pais melhores podem tornar cada professor mais eficaz…

- ……pais….não delegam as tarefas que lhes cabem à televisão ou ao computador.

- ….flexibilizar horários de trabalho….

- Não me parece que a escolha seja entre viver como até aqui, com dinheiro que não temos, e a depressão colectiva.

- …sonhar com o que se pode fazer, mais do que com o que se pode ter.

- Hoje parece-nos mais aceitável a pornografia dos reality shows do que a discissão de comportamentos entre os casais ou com os filhos ou com os pais.

Aqui ficam as “dicas” sobre este Ensaio para FFMS da Mónica Leal da Silva, para – neste momento de tantas crises! – ser lido, a ver se todos ajudam (ajudamos) a minorar: “A Crise, a Família e a Crise da Família”

Augusto Küttner de Magalhães

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Quem são os poderosos da Economia Paralela?

Todos nós soubemos através da Comunicação Social de que a Economia Paralela ronda os 44 000 milhões de euros, uma quantia verdadeiramente astronómica face à desgraceira financeira que sepultou Portugal.
E o mais caricato é dizerem-nos que tal fuga às contas claras e oficiais não se devem a meros biscates e outras pequenas habilidades ilegítimas, mas sim a ocultações de negociatas de topo, que têm o beneplácito do ‘sistema’ que domina e sufoca o país.
Portanto, o poder de todos os poderes que tem as rédeas de todas as normas oficiais sabe muito bem que são os prevaricadores, mas estes, como são muito poderosos, são protegidos por quem os devia denunciar, em desfavor daqueles que não têm quem os defenda, pagando com língua de palmo o diferencial corrupto muito bem instalado na sociedade, que só beneficia tais poderosos, intocáveis perante as leis e o fisco.


José Amaral

A prova dos nove do Superior

O sucesso das Universidades Públicas Portugal tem cinco instituições no ranking da QS world Universities. A primeira é a Universidade do Porto, que surge no 343º lugar, seguida pela Universidade Nova de Lisboa na 353ª posição e a Universidade de Coimbra no lugar 358. A Universidade Católica Portuguesa e a Universidade de Lisboa são colocadas entre a posição 551 e 600, que já não é ordenada. A Universidade norte-americana MIT foi eleita pelo segundo ano consecutivo como a melhor do mundo pela QS World Universities, uma organização que avalia o desempenho das instituições de ensino a nível internacional. Para muitos profetas da desgraça penso que isto lhes calará, o ensino nas Universidades Públicas Portuguesas é de boa qualidade, mesmo que comparado a nível mundial. (JN 25/09/2013)

William Faulkner

William Faulkner (escritor
1897. 25 – New Albany, EUA / 1962.Julho.6

 Tenho por Faulkner uma admiração especial. É um dos meus escritores favoritos. Influenciado na escolha, como se é sempre, por pessoas, Lobo Antunes e a minha mãe, e primeiras leituras, desde que li o seu primeiro livro, que já não sei qual deles foi, que o tomei como um dos imprescindíveis. Mais do que o enredo são as suas personagens que me fascinam em especial a simples e determinada Lena Grove de "Luz de Agosto". A sua obra tendo vindo a ser publicada em Portugal no entanto alguns dos títulos são não se encontram disponíveis como é o caso de este último que referi. De qualquer modo não podia deixar passar esta data sem deixar uma referência a um escritor tão importante para mim e um dos mais notáveis escritores de língua inglesa que muito contribuiu para nos dar a conhecer o sul rural e esclavagista dos Estados Unidos. De uma entrevista sua selecionei algumas passagens que acho relevantes.

Sob o modo como alguém se pode tornar um romancista a sério:”Noventa e nove por cento de talento…noventa e nove por cento de disciplina…noventa e nove por cento de trabalho. Nunca nos podemos dar por satisfeitos com aquilo que fazemos (…) Não sei nada acerca de inspiração porque não sei o que é, já ouvi falar dela mas nunca a vi.”
 
O homem é indestrutível devido ao seu simples desejo de liberdade”. Isto a propósito do seu anseio de realizar um filme a partir do livro “1984” de George Orwell.

A propósito do cristianismo:”Ninguém vive sem o cristianismo, se é que nos estamos a entender acerca do significado dessa palavra. É o código de comportamento individual de qualquer indivíduo, por intermédio do qual ele faz e si próprio um ser humano melhor do que aquilo que a sua própria natureza desejaria ser, se ele se guiasse apenas pela sua natureza. Qualquer que seja o seu símbolo esse símbolo é uma forma de relembrar o homem dos seus deveres no conjunto da raça humana. As suas diversas alegorias são as tabelas em função das quais ele se avalia e aprende a saber quem é. Não pode ensinar o homem a ser bom como um livro escolar lhe ensina matemática. Revela-lhe antes como se descobrir, como desenvolver por si próprio um código moral e um padrão ao alcance das suas capacidades e das suas aspirações, dando-lhe um exemplo inigualável de sofrimento e de sacrifício e uma promessa de esperança.”

Acerca da necessidade de ter liberdade económica para se poder tornar num escritor: “Um escritor não precisa de liberdade económica. Precisa apenas de um lápis e de algum papel (…) Sou, por temperamento, um vagabundo e um nómada. Não desejo ter dinheiro de forma intensa que me leve a trabalhar para o ganhar. Na minha opinião é uma vergonha trabalhar-se tanto por esse mundo fora. (…) Isto explica porque é que o homem provoca a si mesmo e aos outros tanto sofrimento e infelicidade.”

A vida é movimento e o movimento está ligado àquilo que faz com que o homem se mova – ou seja, a ambição, o poder, o prazer. O tempo que um homem pode dedicar à moral é tempo que ele tem de roubar ao movimento de que faz parte. É compelido a fazer escolhas entre o bem e o mal mais cedo ou mais tarde, porque a consciência moral lho exige para que ele possa viver consigo próprio no dia seguinte. A sua consciência moral é a maldição que ele teve de aceitar dos deuses, de modo a obter o direito a sonhar.”

William Faulkner recebeu em 1949 o Prémio Nobel de Literatura.

Entrevista com Jean Stein (1956) publicada na The Paris Review of Books editado em Portugal pela Tinta-da-china 2009 – Entrevistas da Paris Review.

Casa da Música - Sala Suggia / 24.Set.2013 / 21H00


Casa da Música - Sala Suggia / 24.Set.2013 /  21H00


Durante uma hora e meia, na Sala Suggia – cheia - foi possível esquecer a Crise, a Troika, as fracas campanhas para eleições autárquicas, e mais todas as maçadas do nosso quotidiano difícil, e estar com:

Ligações Perigosas.


 

“Estreia em Portugal da mais recente ópera de Luca Francesconi (Compositor em Residência 2013). Fruto de uma encomenda do Teatro Alla Scalla de Milao, Wienner Festwochen e IRCAM- Centre Pompidou, a ópera baseia-se num dos textos teatrais mais significativos de Heiner Müller.

A Casa da Música aprestou a ópera na versão de câmara com a participação dos mesmos cantores que a estrearam em Milão.

“ Os conflitos amorosos, começando pela tentativa de abolir a inveja, dão lugar a um jogo virtuoso de enganos ainda mais complexo e acrobático onde o corpo se torna um objecto e as outras pessoas peões. A identidade perde-se numa multiplicação infinita de espelhos onde nada tem valor, num delírio niilista e trágico. Um destino que parece ter também repercussões no papel da arte nos dias de hoje.”

Mais uma vez de parabéns a Casa da Música por saber e – ainda - conseguir manter/apresentar estes excelentes momentos.

Muito bom, e de facto deu para esquecer a conjuntura exterior de vida conturbada neste País, estando com a vivencia normal de uma Mulher e de um Homem pensando sexo, sexualidade e morte.

 

Muito bom.

 

Augusto Küttner de Magalhães

25.Set.2013