quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bordéus - Agosto 2013


Bordéus - Agosto 2013

Continua a valer viajar em low cost – essencialmente se de outra maneira é incomportável – quer voo, quer estadia.

Assim, chagados a Bordéus no 2º domingo de Agosto de 2013 m/ mulher e eu, com muito bom clima, muitos turistas e talvez demasiados espaços fechados por ser domingo – por certo nestes meses de mais turistas em todo o lado, os dias de descanso não deveriam ter que coincidir com o fim-de-semana - conseguimos comer algo simples e rápido – fast food – e começámos a aproveitar a estada, indo pelo centro Place Gambetta, Place de la Comédie, le Grand Théatre e depois junto ao rio, aqui, a ver crianças e pais a brincar no Mirror d`Eau, junto ao Palace de la Bourse e passámos o rio – para a outra margem- pela Ponte de Pedra indo até ao Jardin Botánique e regressando pelo mesmo percurso, até à Porte de Bourgogne e depois até ao hotel.

Sempre a pé o que para dois jovens/sexagenários como nós – e em qualquer idade – continua a ser a melhor forma e mais em conta de tudo ver e ainda melhor conhecer.

Bordéus tem prédios e ruas parecidos com Madrid, mas tudo – ainda – muito limpo e melhor conservado.

Até – ainda – acontecem obras e são visíveis em vários locais tapumes e guindastes.

Segunda-feira, pequeno-almoço num café próximo e munidos de água comprada num Carrefour começámos a percorrer a Rue de Sainte Catherine – pedonal – que até nos fez lembrar o Porto e a Rua de Sta. Catarina.

Visitámos a Église St. Anbdré, grande, bonita e onde se não sente forte religiosidade, como p.e. notámos em igrejas o ano passado em Madrid.

Aqui as Igrejas Católicas de Roma em vez de bancos corridos têm cadeiras individuais, todas as que visitámos.

Bordéus é uma cidade plana, o que faz com que a bicicleta seja muito utilizada. Vias próprias para a sua circulação e quando o espaço é quase o mesmo dos peões, estes são devidamente respeitados – o que não acontece como tantos já sentimos, no Porto. Com uma caução é fácil alugar uma bicicleta, mas continuámos a pé, evitando o exequível trambolhão!

Uma visita à estação de Saint Jean num dos extremos de Bordéus, um edifício moderno junto a um antigo, sem – ainda – desvirtuar este. Muita gente nova por todo o lado.

Junto ao hotel, novo e barato, um centro comercial com um grande Auchan e outro edifício em construção. Auchan que muito jeito nos deu para os jantares de sanduiches, água e frutas. A m/ mulher lá levava uma cerveja, de quando em vez!

Entre 27 de junho e 06 de Outubro é possível ver, 13 Obras de Jaume Plensa, distribuídas por diversos locais, feitas propositadamente como um diálogo com a população de Bordéus.

Terça-feira sempre caminhando fomos para o outro extremo de Bordéus, visita ao Museu do Vinho e do Negocio, onde nos foi possível rever a história do início da fama dos Vinhos de Bordéus, o seu transporte fluvial e hoje a sua notoriedade, mundialmente conhecida. A m/ mulher teve oportunidade de fazer, lá, uma prova de branco e de tinto.

Um almoço tardio e em conta à beira-rio, o La Garone. Rio castanho, sempre, ao que nos disseram num posto de turismo, por ter uma forte turbulência e se for possível encher um copo com aquela água e deixar pousar, fica límpida. Não testámos, mas acreditámos.

Depois a caminho do centro, visita ao Museu de Arte Contemporânea, localizado onde havia sido o Entreposto Laine. Local que perde a sua utilidade – como entreposto – dado o comércio passar a fazer-se de outras formas, sendo fechado como tal em 1960. Ameaçado de destruição, mas, face à oposição de vários cidadãos bordaleses, vai recebendo informalmente várias exposições, e em 1984 passa a Museu.

Neste Agosto de 2013 tinha 5 exposições, sendo, talvez, a mais interessante a de Sylivia Seigh com uma retrospectiva sua “Un oeil visceral”, cenas de vida de uma feminista em Nova York nos anos 70 do seculo XX. A falta de empregados e a opção por “voluntários” – muito em uso em museus europeus – implica a existência de algumas pessoas totalmente desinteressadas pelo que deveriam estar a fazer, estando a ler, a enviar SMS, à conversa, a espreguiçar-se. Talvez unicamente evitem roubos! É pouco!

Quarta-feira uma caminhada até um dos muitos Jardins Públicos onde estão 7 figuras de homens – do Jaume Plense – abraçados a arvore, estas naturais. Muito curioso, com nomes gravados de escritores, poetas em cima dos homens!

Depois, sempre a pé até ao Museu Nacional das Alfandegas, onde temos a história das alfândegas em França, desde os seus primórdios.

Um almoço económico noutra zona do rio e uma ida, de entradas gratuitas – os restantes museus visitados tinham preços muito acessíveis – ao Musée D`Aquitance, museu de arqueologia, história e etnografia regional com um espólio interessante sobre a origem do homem em Bordéus, o seu desenvolvimento, o espaço dos franceses no Mundo.

O aeroporto low cost é bastante mal amanhado, o que só deu para nos apercebermos à saída. Uma espécie de armazém acoplado ao aeroporto principal, onde está tudo num espaço mínimo: controlos, duty frre, filas de embarque. Bastante desconfortável e tudo ao monte. E, tanta era a afluência de passageiros para as várias linhas low cost e destinos vários, que a exemplo de tantos outros aeroportos europeus – low cost, o nosso Sá Carneiro no Porto - deveria ser um espaço bem maior e melhor.

Evidentemente que este ínfimo detalhe em nada estragou estes 5 muito agradáveis e económicos dias bem passados em Bordéus e o gozo de viajar, conhecer, estando em “sítios” e andar de avião, mesmo low cost. E fica sempre a sensação confortável do muito que se viu e aprendeu e a esperança de poder voltar a fazê-lo, para outro local, no próximo Agosto. Já nos deixámos de máquina fotográfica, dado que já não revemos as fotografias que em anos anteriores fomos fazendo, e por certo ninguém o virá a fazer!

Augusto Küttner de Magalhães

Setembro 2013

 

3 comentários:

  1. Mas que surpresa Augusto! gosto tanto destes acasos da vida! Já há muito que não venhoao blogue e... Bordéus visitado por si e esposa!! E o meu filho tão longe de mim e tão perto de vós! Podiam ter pouado um almoço...
    Foi muito bom lê-lo!

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  2. Fernando, tinhamos em tempo falado que Seu Filho estava em Bordéus, e, estivemos para lhe dizer que lá iriamos, mas, pensamos nisso, seria um almoço à borla, o que nestes tempos nada facéis seria uma maçada para Seu Filho.

    E como por norma, tirando um ou duas vezes o almoço e também o jantar, era de sanduiches feitas por nós....
    Mas obrigado!!!

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  3. Não o quis incomodar, Fernando.


    Abraço

    Augusto


    Nota: ontem deixei aqui uma nota que não saiu!

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