Bordéus - Agosto 2013
Continua a valer viajar em low cost – essencialmente
se de outra maneira é incomportável – quer voo, quer estadia.
Assim, chagados a Bordéus no 2º domingo de Agosto de
2013 m/ mulher e eu, com muito bom clima, muitos turistas e talvez demasiados
espaços fechados por ser domingo – por certo nestes meses de mais turistas em
todo o lado, os dias de descanso não deveriam ter que coincidir com o
fim-de-semana - conseguimos comer algo simples e rápido – fast food – e
começámos a aproveitar a estada, indo pelo centro Place Gambetta, Place de la
Comédie, le Grand Théatre e depois junto ao rio, aqui, a ver crianças e pais a
brincar no Mirror d`Eau, junto ao Palace de la Bourse e passámos o rio – para a
outra margem- pela Ponte de Pedra indo até ao Jardin Botánique e regressando
pelo mesmo percurso, até à Porte de Bourgogne e depois até ao hotel.
Sempre a pé o que para dois jovens/sexagenários como
nós – e em qualquer idade – continua a ser a melhor forma e mais em conta de
tudo ver e ainda melhor conhecer.
Bordéus tem prédios e ruas parecidos com Madrid, mas
tudo – ainda – muito limpo e melhor conservado.
Até – ainda – acontecem obras e são visíveis em vários
locais tapumes e guindastes.
Segunda-feira, pequeno-almoço num café próximo e
munidos de água comprada num Carrefour começámos a percorrer a Rue de Sainte
Catherine – pedonal – que até nos fez lembrar o Porto e a Rua de Sta. Catarina.
Visitámos a Église St. Anbdré, grande, bonita e onde
se não sente forte religiosidade, como p.e. notámos em igrejas o ano passado em
Madrid.
Aqui as Igrejas Católicas de Roma em vez de bancos
corridos têm cadeiras individuais, todas as que visitámos.
Bordéus é uma cidade plana, o que faz com que a
bicicleta seja muito utilizada. Vias próprias para a sua circulação e quando o
espaço é quase o mesmo dos peões, estes são devidamente respeitados – o que não
acontece como tantos já sentimos, no Porto. Com uma caução é fácil alugar uma
bicicleta, mas continuámos a pé, evitando o exequível trambolhão!
Uma visita à estação de Saint Jean num dos extremos de
Bordéus, um edifício moderno junto a um antigo, sem – ainda – desvirtuar este.
Muita gente nova por todo o lado.
Junto ao hotel, novo e barato, um centro comercial com
um grande Auchan e outro edifício em construção. Auchan que muito jeito nos deu
para os jantares de sanduiches, água e frutas. A m/ mulher lá levava uma
cerveja, de quando em vez!
Entre 27 de junho e 06 de Outubro é possível ver, 13
Obras de Jaume Plensa, distribuídas por diversos locais, feitas
propositadamente como um diálogo com a população de Bordéus.
Terça-feira sempre caminhando fomos para o outro
extremo de Bordéus, visita ao Museu do Vinho e do Negocio, onde nos foi
possível rever a história do início da fama dos Vinhos de Bordéus, o seu
transporte fluvial e hoje a sua notoriedade, mundialmente conhecida. A m/
mulher teve oportunidade de fazer, lá, uma prova de branco e de tinto.
Um almoço tardio e em conta à beira-rio, o La Garone.
Rio castanho, sempre, ao que nos disseram num posto de turismo, por ter uma
forte turbulência e se for possível encher um copo com aquela água e deixar
pousar, fica límpida. Não testámos, mas acreditámos.
Depois a caminho do centro, visita ao Museu de Arte
Contemporânea, localizado onde havia sido o Entreposto Laine. Local que perde a
sua utilidade – como entreposto – dado o comércio passar a fazer-se de outras
formas, sendo fechado como tal em 1960. Ameaçado de destruição, mas, face à
oposição de vários cidadãos bordaleses, vai recebendo informalmente várias
exposições, e em 1984 passa a Museu.
Neste Agosto de 2013 tinha 5 exposições, sendo,
talvez, a mais interessante a de Sylivia Seigh com uma retrospectiva sua “Un
oeil visceral”, cenas de vida de uma feminista em Nova York nos anos 70 do
seculo XX. A falta de empregados e a opção por “voluntários” – muito em uso em
museus europeus – implica a existência de algumas pessoas totalmente
desinteressadas pelo que deveriam estar a fazer, estando a ler, a enviar SMS, à
conversa, a espreguiçar-se. Talvez unicamente evitem roubos! É pouco!
Quarta-feira uma caminhada até um dos muitos Jardins
Públicos onde estão 7 figuras de homens – do Jaume Plense – abraçados a arvore,
estas naturais. Muito curioso, com nomes gravados de escritores, poetas em cima
dos homens!
Depois, sempre a pé até ao Museu Nacional das
Alfandegas, onde temos a história das alfândegas em França, desde os seus
primórdios.
Um almoço económico noutra zona do rio e uma ida, de
entradas gratuitas – os restantes museus visitados tinham preços muito
acessíveis – ao Musée D`Aquitance, museu de arqueologia, história e etnografia
regional com um espólio interessante sobre a origem do homem em Bordéus, o seu
desenvolvimento, o espaço dos franceses no Mundo.
O aeroporto low cost é bastante mal amanhado, o que só
deu para nos apercebermos à saída. Uma espécie de armazém acoplado ao aeroporto
principal, onde está tudo num espaço mínimo: controlos, duty frre, filas de
embarque. Bastante desconfortável e tudo ao monte. E, tanta era a afluência de
passageiros para as várias linhas low cost e destinos vários, que a exemplo de
tantos outros aeroportos europeus – low cost, o nosso Sá Carneiro no Porto -
deveria ser um espaço bem maior e melhor.
Evidentemente que este ínfimo detalhe em nada estragou
estes 5 muito agradáveis e económicos dias bem passados em Bordéus e o gozo de
viajar, conhecer, estando em “sítios” e andar de avião, mesmo low cost. E fica
sempre a sensação confortável do muito que se viu e aprendeu e a esperança de
poder voltar a fazê-lo, para outro local, no próximo Agosto. Já nos deixámos de
máquina fotográfica, dado que já não revemos as fotografias que em anos
anteriores fomos fazendo, e por certo ninguém o virá a fazer!
Augusto Küttner de Magalhães
Setembro 2013
Mas que surpresa Augusto! gosto tanto destes acasos da vida! Já há muito que não venhoao blogue e... Bordéus visitado por si e esposa!! E o meu filho tão longe de mim e tão perto de vós! Podiam ter pouado um almoço...
ResponderEliminarFoi muito bom lê-lo!
Fernando, tinhamos em tempo falado que Seu Filho estava em Bordéus, e, estivemos para lhe dizer que lá iriamos, mas, pensamos nisso, seria um almoço à borla, o que nestes tempos nada facéis seria uma maçada para Seu Filho.
ResponderEliminarE como por norma, tirando um ou duas vezes o almoço e também o jantar, era de sanduiches feitas por nós....
Mas obrigado!!!
Não o quis incomodar, Fernando.
ResponderEliminarAbraço
Augusto
Nota: ontem deixei aqui uma nota que não saiu!