No dia da partida para férias só consegui ler já tarde e bem longe na imprensa a notícia polémica sobre um comentário num acórdão da Relação do Porto em que os juízes dão a entender que o álcool pode ajudar a trabalhar melhor. Em virtude de ter dado descanso ao computador, rato incluído, só hoje me é possível opinar sobre a sentença que realça não ser forçoso o mau desempenho laboral em sequência do álcool, etc. Li e reli tudo isto e fiquei triste pois pensava que o objectivo duma sentença teria, entre outros fins, também impedir a prática de ilícitos semelhantes e servir para que do ponto de vista da dissuasão fosse um exemplo para que outros não sejam tentados a cometer tais crimes. Com tal decisão os senhores juízes deram um mau exemplo, quem sabe se numa jogada de autodefesa ou fuga para a frente tendo apenas como alibi, a hora do dia que tal foi proferido. O mais triste disto tudo e por coincidência, na viagem de regresso, por mero acaso, sintonizei na rádio uma estação que transmitia um fórum sobre a decisão do governo ter anunciado mais um corte nas pensões dos funcionários públicos, deixando de fora entre outros, os senhores juízes talvez como prémio por mérito de sentenças como aquela. Sinto no ar um cheiro nauseabundo a cagarra. Como não vejo esgotos a céu aberto, só pode ser destas medidas judiciais e politicas. Jorge Morais
Publicada em 13/08/2013 nos Jornais Público e Jornal i e em 14/08 no Jornal DN
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