sábado, 7 de setembro de 2013

Terei ou não razão?




 Quero confessar-vos de que não tenho gostado nada do modo que se têm apresentado perante as câmaras de televisão os altos comandos das diversas forças que no terreno têm denodadamente combatido os dantescos incêndios perpetrados por seres criminosos destituídos de qualquer sentimento social e solidário.
Portanto, não gosto de ver essas altas patentes vestindo imaculados uniformes, sem qualquer ponta de faúlha manchando o brilho das suas dragonas, como se fossem tropas de elite prontas para um cerimonioso desfile e não equipados para enfrentar um duro combate, contrastando com a imagem de luta tenaz cheia de dor e sofrimento, que sobressai da acção e dos rostos de todos os bombeiros que combatem no terreno o agora inimigo comum – os incêndios.

Esta dual imagem remete-me para os anos de 1966 a 1968 passados na Guiné Portuguesa, em plena Guerra do Ultramar, em que, quando havia operações militares nas matas e bolanhas, o segundo comandante do ‘meu’ batalhão, o BCAÇ 1877, aerotransportado, comandava do ar o trabalho estóico dos bravos soldados de infantaria postados no pantanoso terreno de guerra, enfrentando o inimigo e aguardando as ordens dos ‘céus’, emanadas pelo seu ‘garboso guerreiro’ e cirurgicamente limpo segundo comandante de batalhão.

José Amaral

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