Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Esquizofrenias
Mas confesso que ando confuso. Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque jornadearam até ao centro da Europa no sentido de iniciarem um périplo de convergência relativamente à oitava e nona avaliações da Troika. Pelos vistos, não convergiram lá muito bem. Olli Rehn, o comissário europeu dos Assuntos Económicos desferiu de imediato um golpe de negação relativamente à aspiração do vice-primeiro-ministro em aumentar o défice do corrente ano para 4,5% do PIB. Entretanto, o próprio FMI (um dos braços poderosos da Troika) veio dizer que os países como Portugal devem evitar reduzir os défices orçamentais demasiado depressa, pois a emenda tornar-se-á, deste modo, pior do que o soneto. Não sei, sinceramente, onde para, aqui, a novidade. É evidente que há economias e economias. Não tenho grandes dúvidas, mesmo não sendo economista, que um plano de ajuda deste tipo se ajustaria naturalmente em países como a Alemanha, por exemplo, visto que são países com uma capacidade de gerar riqueza mais célere. Assim, tratar por igual o que é diferente nunca me pareceu um bom caminho a seguir. E depois, para além disso (o que me parece desastroso) somos obrigados a pseudo-negociar, intervalarmente, com funcionários enviados, os quais não têm, visivelmente, capacidade de fugir ao guião com que entram no ministério das finanças (ou no palácio das Laranjeiras).
Para além disso - e como se não bastasse - o PSD age como um partido da oposição, ao criticar, através do seu porta-voz, Marco António Costa, o FMI de ser inflexível nas negociações. António Costa, à Jerónimo de Sousa, sublinha mesmo a hipocrisia institucional da organização internacional presidida por Christine Lagarde.
Não sei se esta incapacidade de entendimento destes atores políticos se deve exclusivamente às minhas limitações. O que eu sei é que eleições e coerência política costumam partilhar o mesmo espaço na nossa praça política.
2 comentários:
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Não temos políticos, temos uns tipos sempre em torno dos mesmos e de si mesmos, que se instalaram na nossa "política".
ResponderEliminarAbraço
Augusto
Concordo, Augusto. Olho para os políticos da nossa praça e não vejo nada. São indivíduos sem rasgo, meros funcionários dos partidos sem visão e que tomam decisões sem qualquer ajuste com a realidade, a qual, de resto não compreendem. sejamos pragmáticos: estas pessoas andam a brincar (não me ocorre outro verbo) com as nossas vidas. Somos joguetes destas pessoas. Ora, eu até não me importava de colocar o meu futuro nas mãos de políticos com um sentido de missão e de patriotismo. Mas estes jamais conseguirão alcançar este estatuto. Qualquer dia vão-se embora e seguem a sua vidinha (não esqueçamos: é bom ser ex-ministro em Portugal).
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