Embora não me repugne, mas talvez seja
um pouco exagerado dizer-se que Jorge Jesus agrediu a polícia. Agora que lhe
resistiu e desobedeceu, isso é mais que nítido através das imagens televisivas.
E, como tal, tratando-se de um vulgar cidadão, seria, e bem, imediatamente
detido. Jesus não o foi. Agora muito mais grave e paradigmático do péssimo
exemplo de entidades máximas do futebol, é a direção do Benfica ao abençoá-lo,
dando-lhe toda a cobertura, inclusive jurídica, se necessitar. É claro que tudo
isto ficará em águas de bacalhau, porque o futebol- nomeadamente os três
grandes- é uma vaca sagrada, e casos destes, são uma maravilha para o poder
político que assim vê o Zé Povinho entretido.
Francisco Ramalho
(Corroios, 24 de Setembro de 2013)
Esta de Jesus andar a bater na polícia é um pouco da reprise de Jesus a escorraçar do templo os vendilhões. Há dias, os jornais noticiavam que alguns polícias eram cúmplices em roubos e até um fez um assalto de cara tapada e não teve assim tanta repercussão. Se calhar houve erro na actuação porque eram outros os agentes que devia castigar, em nome do pai, e não aqueles. Um bom oftalmologista resolverá o problema. A clubite desenfreada refastela-se com estas macacadas e assim os órgãos de comunicação social desviam a atenção do povão dos grandes e ingentes problemas que temos.
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