segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A COBARDIA DAS PRAXES VIOLENTAS



A COBARDIA DAS PRAXES VIOLENTAS
Eu sou do tempo do serviço militar obrigatório, e quer no antigo Instituto Comercial de Lisboa, quer no ex-ISCEF, estudei como estudante-trabalhador, pelo que as praxes que encontrei foram uns "caldaços", sem qualquer repercussão ou memória que uma pequena dor momentânea. Era o tempo do serviço militar obrigatório (SMO), em que os jovens normais, que não tinham vocação de guerreiros, rezavam para não serem obrigados a combater no Ultramar.
Haviam os meninos ricos, cujos pais tinham dinheiro suficiente para os deslocar atempadamente para o estrangeiro, onde estudavam e um dia poderiam voltar, quando o regime caísse. Outros, que se intitulavam "antifascistas", também fugiam da guerra, como qualquer pessoa normal, mas afirmavam que eram exilados políticos, coisa bem mais fina. Descrevo este quadro para explicar que os jovens tinham muito com que se entreter, para estarem a buscar realização pessoal dos seus instintos guerreiros em praxes violentas. As praxes eram no meu tempo coisas normais, não violentas, e até divertiam terceiros. O que assistimos hoje é de uma violência terrível. Evoco outra vez a guerra, porque muitas das "cenas" destas praxes de hoje, parecem copiadas do treino militar para combate. Neste treino, que na Escola Prática de Infantaria de Mafra esperava os jovens cadetes, procurava-se simular um pouco algumas experiências duras de combate e da guerra psicológica que na altura as Forças Armadas enfrentavam nas colónias de África. Tais treinos incluíam técnicas de humilhação, procurando que os visados ganhassem uma "couraça" física e psicológica que lhes permitisse depois sobreviver na guerrilha que os esperava. Com o 25 de Abril, logo cuidaram de acabar com o SMO, com a conivência dos próprios chefes militares da altura, a quem competiria recusar tamanha asneira. Já se viu agora, 40 anos depois, no que deu. Uma juventude que hoje governa o País, sem ética, nem valores, malcriada e sem consideração para com os mais velhos. Avessa à autoridade, com tiques anarquistas por vezes, não disciplina nem se deixa disciplinar. Como é que os filhos dessa geração, hoje nas escolas e universidades, haveriam de deitar cá para fora os seus instintos guerreiros? Em vez de se alistarem nas forças armadas, porque são cobardes (e hoje não estamos em guerra), procuram descarregar os seus piores instintos em jovens indefesos.
Perante as vítimas já conhecidas destas práticas, ainda não vi nenhum dos directores ou reitores das escolas envolvidas, na cadeia, como seria normal num qualquer Estado de Direito. Será isto a democracia?

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Removi o comentário, mas vou novamente pô-lo no ar, porque só queria fazer uma pequena alteração.
      Então, aqui vai: Temos um juventude, já muita entre os seus componentes, feita à semelhança de quem nos governa e tem governado:
      trauliteira, egoísta, sem escrúpulos, até criminosa e saqueadora de bens alheios.

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