sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A Cultura em Portugal, sem dó, é reduzida a pó


Lembram-se do tempo em que fazíamos colecção de cromos de jogadores de futebol, de bandeiras, de uniformes, de animais e outras curiosidades mais?
Íamos, diligentes, à mercearia do senhor Titinho e, com alguns escuros tostões, comprávamos rebuçados Vitória, que no seu interior tinham os almejados cupões para colarmos na caderneta até a preenchermos na totalidade.
E o primeiro de nós a preenchê-la ganhava uma bola de futebol, feita de gomos de cabedal.
Que delícia, que alegria infinda.
E o que o dizer do emblema do clube de futebol da nossa predilecção colocado na lapela da nossa coçada farpela?
Agora, são finamente chamados pins, representando tudo e mais alguma coisa.
Até a classe governativa tal modernice usa na lapela dos seus caros fatos azuis, ostentando a bandeira nacional, mas a qual dignificam muito pouco, ou quase nada.
Esses ‘caixeiros-viajantes’ que a Pátria vendem a retalho, mais valia ostentarem um cifrão, representando o Capital, pois, na preservação da Cultura e na Defesa Nacional, isso não o são.
Se não, o que deveriam fazer com os quadros de Miró que estavam no covil do BPN?
A Cultura não é com eles, e sem dó, reduzem-na a pó, para desgraça colectiva nossa e pouco honrando Joan Miró.  

José Amaral

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