quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Eu engonho, tu engonhas, ele engonha, nós ....


Dei comigo a manusear uma cinta de papel que cercava um novelo de lã acrílica, que minha esposa comprou num estabelecimento de bairro perto da minha habitação, a fim de fazer uma peça em tricô. Talvez uma aconchegante e quente camisola.

Então, comecei a analisar o que estava escrito na referida cinta.

Assim, o fio acrílico foi fabricado no Kosovo. Importado por uma empresa alemã, para, posteriormente, ser exportado para um daqueles países que há muito hipotecou o seu futuro e o dos seus cidadãos, uma vez que já nem um fio sabem fazer e tecer.

E é por maus exemplos como este, uma só ponta do icebergue (digo, novelo), que os irresponsáveis políticos que, acabaram com todos os nossos mais elementares e fundamentais meios de produção, nos acusam à boca cheia de estarmos (ou termos estado) a viver acima das nossas possibilidades.

A verdade dos factos é outra: temos andado a ‘engonhar’ (o mesmo que deixar para amanhã) estes anos todos, apostando estupidamente nos mesmos representantes de um arco-íris de três cores, quando o seu espectro natural tem mais de meia dúzia.

 

José Amaral

 

1 comentário:

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